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Foto/Reprodução: Fernando Haddad
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Equilíbrio fiscal fez Haddad cancelar viagem para Europa

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa nesta semana, uma decisão tomada em meio a uma crise fiscal crescente no Brasil. A turnê, que inicialmente gerou críticas pelo timing inadequado, foi cancelada para que Haddad pudesse se concentrar em questões domésticas urgentes, especialmente com o dólar se aproximando da marca de R$ 5,90.

O Ministério da Fazenda anunciou no domingo que Haddad permaneceria no Brasil a pedido do presidente Lula para se dedicar a temas internos. Na segunda-feira (4), Haddad afirmou que o pacote de medidas fiscais deve ser fechado nesta semana. “As coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico”, disse o ministro. “Penso que estamos na reta final.”

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A decisão de Haddad contrasta com sua impaciência demonstrada recentemente ao ser questionado pela imprensa sobre as medidas fiscais. Ele havia declarado que não havia prazo para divulgar as medidas nem estimativas de economia a serem alcançadas. Essa falta de clareza gerou críticas, especialmente em um momento de incertezas externas e internas.

Externamente, há preocupações sobre os próximos passos do Federal Reserve, o banco central dos EUA, que tem reduzido as taxas de juros em um ritmo mais lento do que o esperado pelos investidores. Além disso, há dúvidas sobre o impacto das eleições americanas, o desempenho econômico da China e o acirramento de conflitos internacionais.

No Brasil, as expectativas de inflação desancoradas motivaram o Banco Central a iniciar um novo ciclo de aumento dos juros. O dólar chegou a quase R$6,00, e os títulos públicos estão pagando taxas próximas de 7%, acima da inflação. Segundo o Ministério da Fazenda, nas reuniões ministeriais desta semana, “o quadro fiscal do País foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”.

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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ameaçou pedir demissão se o governo propusesse a revisão dos gastos vinculados à sua pasta. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, criticou os juros “estratosféricos” que fazem crescer a dívida pública e a “chantagem” do mercado que cria expectativas “falsas e irrealizáveis”.

Desafios para equipe econômica

A equipe econômica do governo parece não ter compreendido totalmente os estragos causados pelas mudanças nas metas fiscais de 2025 e 2026, menos de um ano após a aprovação do arcabouço pelo Congresso. Os registros de arrecadação não têm dado conta das despesas, e as medidas tomadas até agora, como bloqueios e contingenciamentos, têm sido insuficientes.


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