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Folha: “Política industrial brasileira já empobreceu muita gente”

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Ceticismo sobre a “Nova Indústria Brasil” que gera dúvidas sobre a eficácia da política industrial brasileira.

O governo brasileiro lançou o programa “Nova Indústria Brasil”, que prevê investimentos significativos de R$ 300 bilhões em várias áreas, com foco na produção nacional e conteúdo nacional. No entanto, críticos questionam a eficácia dessa política industrial, lembrando de casos anteriores de gastos públicos ineficientes e resultados insatisfatórios.

O plano enfatiza a redução de insumos importados e a produção para o mercado interno, levantando preocupações sobre a falta de competição internacional e a inovação. Além disso, a regulamentação proposta à lei de licitações permite a preferência por produtos nacionais, mesmo que sejam até 20% mais caros do que os equivalentes estrangeiros. Como isso pode ser competitivo?

Os críticos argumentam que o Brasil deve melhorar o ambiente de negócios, desburocratizar, investir em pesquisa e inovação, mas não deve restringir o acesso da população a produtos e tecnologias eficientes do mercado global.

O “Nova Indústria Brasil” levanta preocupações sobre repetir erros passados da política industrial brasileira

O governo brasileiro anunciou o programa “Nova Indústria Brasil”, que planeja investir R$ 300 bilhões em diversos setores da economia, com foco na produção nacional e conteúdo nacional. No entanto, críticos levantam preocupações sobre a eficácia dessa política industrial, dado o histórico de gastos públicos ineficientes e resultados insatisfatórios em projetos anteriores.

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O programa prioriza a redução de insumos importados e a produção para o mercado interno. Isso levanta preocupações sobre a falta de competição internacional e a capacidade de inovação. Além disso, a regulamentação proposta à lei de licitações permitirá a preferência por produtos nacionais, mesmo que sejam até 20% mais caros do que os equivalentes estrangeiros. Esse viés protecionista poderia prejudicar a eficiência e aumentar os custos para o governo e a população.

Críticos argumentam que o Brasil deve focar em melhorar o ambiente de negócios, desburocratizar, investir em pesquisa e inovação e promover a conexão entre ciência e mercado. Eles enfatizam a importância de não restringir o acesso da população a produtos e tecnologias eficientes do mercado global.

Enquanto o Brasil busca uma nova abordagem para impulsionar a indústria e a economia, muitos estão preocupados em repetir os erros do passado e perder oportunidades de se beneficiar da globalização e da concorrência internacional. A eficácia do “Nova Indústria Brasil” será monitorada de perto nos próximos anos.

Pesquisador Sérgio Lazzarini critica plano de R$ 300 bilhões do governo para reindustrialização do Brasil

O pesquisador Sérgio Lazzarini, conhecido por seus estudos sobre as relações entre o Estado e as empresas, lançou críticas contundentes ao plano do governo brasileiro de injetar R$ 300 bilhões na reindustrialização do país, com o apoio do BNDES.

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Falando à Folha, Lazzarini, autor dos livros “Capitalismo de Laços” e “Reinventando o Capitalismo de Estado,” destacou que o anúncio o fez sentir um certo “déjà vu,” já que se assemelha a estratégias passadas que não obtiveram sucesso.

Uma das principais preocupações do pesquisador é a falta de critérios claros e governança para os investimentos públicos. Ele questiona a ausência de métricas concretas para avaliar o sucesso do plano, lembrando que planos semelhantes no passado não atingiram suas metas de política industrial, especialmente durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Além disso, Lazzarini expressou dúvidas quanto à necessidade de o BNDES voltar a adquirir participações acionárias em empresas. Ele argumenta que grandes empresas geralmente não precisam desse tipo de suporte. Além disso, ele ressaltou a flexibilização nas formas de financiamento do BNDES, que poderia comprometer a governança, sem fornecer um plano claro para o sucesso.

Lazzarini também levantou preocupações sobre a transição energética, afirmando que, embora seja importante, deve ser feita com metas claras e fiscalização rigorosa, especialmente em um país como o Brasil, com um histórico complexo. Em resumo, suas críticas se concentram na falta de aprendizado com o passado, falta de governança e credibilidade nas metas estabelecidas no plano de reindustrialização do governo.

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