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- A Dívida Bruta atingiu 75,7% do PIB em março
- O superávit primário ocorre quando as receitas superam as despesas, excluindo o pagamento de juros da dívida pública
- Nos últimos doze meses, o setor público consolidado acumula um déficit de R$252,9 bilhões, correspondente a 2,29% do PIB
A dívida bruta, principal indicador de solvência do governo, atingiu 75,7% do PIB em março, totalizando R$ 8,3 trilhões. Isto é, um aumento de 0,2 pontos percentuais em relação ao mês anterior, conforme divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira. Este é o maior patamar desde abril de 2022, quando alcançou 76,33% do PIB.
As contas do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais contribuem para a formação da dívida bruta. Em março de 2024, o setor público consolidado, composto por governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registrou um superávit de R$ 1,2 bilhão. No mesmo mês de 2023, o déficit foi de R$ 14,2 bilhões.
No terceiro mês do ano, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) e as empresas estatais registraram saldos negativos de R$1,9 bilhão e de R$343 milhões, respectivamente. Por outro lado, os governos regionais apresentaram um superávit de R$3,4 bilhões.
O superávit primário ocorre quando as receitas superam as despesas, excluindo o pagamento de juros da dívida pública. Em contrapartida, o déficit primário ocorre quando as despesas superam as receitas.
Nos últimos doze meses, o setor público consolidado acumula um déficit de R$252,9 bilhões, correspondente a 2,29% do PIB.
FMI piora previsão fiscal do Brasil, vê alívio após governo Lula
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou negativamente as projeções fiscais do Brasil. Agora, estima-se que o país terá déficits primários de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 0,3% em 2025. Anteriormente, esses números eram de -0,2% para ambos os anos, conforme a última análise em outubro.
Os dados do Monitor Fiscal do FMI, divulgados na quarta-feira (17/4), indicam que o Brasil só deverá zerar o déficit em 2026, no último ano do governo Lula. A partir de 2027, espera-se que o país alcance um superávit de 0,4% do PIB, mantendo-se positivo até 2029, último ano das projeções.
O FMI prevê que a dívida pública bruta do Brasil aumentará de 84,7% do PIB em 2023 para 86,7% este ano. Chegando a 90,9% em 2026, último ano do governo Lula.
No entanto, essas projeções representam uma melhora em relação ao último Monitor Fiscal, divulgado em outubro. Naquela época, estimava-se que a dívida bruta aumentaria de 88,1% em 2023 para 90,3% já em 2024.
De acordo com o estudo do FMI, a situação da dívida brasileira é mais desafiadora do que a observada em outros países emergentes, com uma média em torno de 70,3% do PIB em 2024 (enquanto o Brasil está em 86,7%). A instituição ressaltou que a situação do débito do Brasil é superior apenas à de países como Egito e Ucrânia. Surpreendentemente, a Argentina, apesar da forte turbulência econômica, apresenta uma dívida menor, correspondendo a 86,2% do PIB neste ano.
Apesar de divulgadas nesta quarta-feira, as projeções do FMI foram feitas antes da mudança da meta fiscal para 2025, anunciada pelo governo federal. Agora, a estimativa é de déficit zero para o próximo ano, com a possibilidade de um saldo negativo de 0,25% do PIB. Anteriormente, a meta era um superávit de 0,5% do produto em 2025.
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