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Os economistas do Banco Original — Marco Caruso (economista-chefe), Lisandra Barbero e Eduardo Vilarim — publicaram uma análise sobre o desempenho da indústria em 2022. Confira.
Resumo
Acima das nossas expectativas (0,4% m/m) para o setor, a indústria brasileira apresentou uma recuperação parcial e avançou 0,7% em fevereiro, em série já dessazonalizada, o equivalente a uma queda de 4,3% na comparação interanual do mês.
O resultado foi influenciado tanto pela alta da indústria extrativa quanto pela indústria de transformação. Em relação a última, observamos um resultado bastante heterogêneo, com 15 dos 25 segmentos apresentando alta, com destaque positivo para a indústria farmacêutica (12,7% m/m) e outros equipamentos de transporte (15,1% m/m) e produtos diversos.
Apesar do desempenho positivo, é difícil racionalizar um ambiente de crescimento excessivo da indústria de transformação em 2022 (nossas projeções iniciais consideram uma queda anual de 3,0%) , especialmente em função: (1) da demanda ainda contraída, com salários pressionados (a disponibilidade do Auxílio Brasil e FGTS podem elevar parte do consumo, ainda que minimamente), (2) do crédito mais caro e (3) de rupturas na cadeia produtiva que ainda se encontram presentes e que são intensificadas com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O corte do IPI de 25% para 33% poderia beneficiar a indústria, embora notícias mais recentes mostrem que o governo deve optar por alterações no CSLL sobre o setor financeiro. Por outro lado, a indústria extrativa se beneficia dos atuais patamares de preço das commodities e deve ser um dos componentes positivos para a atividade econômica (projetamos um PIB de 0,5% em 2022).
Detalhes
Apesar da queda de 1,31% na produção na produção de aço bruto em fevereiro, de acordo com a IAB, a indústria extrativa avançou 5,3% no mesmo período.
Em relação à indústria de transformação, a alta mais tímida de 0,6% foi influenciada pelas altas da indústria farmacêutica, outros equipamentos de transporte e produtos diversos.
Chama a atenção como a indústria alimentícia continua avançando em um ambiente de inflação elevada, sobretudo quando o IPCA de fevereiro apontou alta de 1,28% nos alimentos (projetamos um avanço de 2,10% em março).
Do lado negativo, chama a atenção a queda na produção da indústria de impressão, têxtil, celulose e instalação de máquinas e equipamentos.
Em relação às grandes categorias, observamos um aumento marginal de todas as aberturas, com destaque para bens de capital (1,9% m/m) e bens intermediários (1,6% m/m).
O bom desempenho dos bens de capital somado à variação marginal positiva da produção de insumos típicos para construção civil (proxy de investimentos), traz um viés positivo para a performance dos investimentos no 1T22, embora os bens de capital não recuperem a queda de 8,8% do mês anterior.
Apesar do desempenho positivo, é difícil racionalizar um ambiente de crescimento excessivo da indústria de transformação em 2022 (nossas projeções iniciais consideram uma queda anual de 3,0%) , especialmente em função: (1) da demanda ainda contraída, com salários pressionaos (a disponibilidade do Auxílio Brasil e FGTS podem elevar parte do consumo, ainda que minimamente), (2) do crédito mais caro e (3) de rupturas na cadeia produtiva que ainda se encontram presentes e que são intensificadas com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O corte do IPI de 25% para 33% poderia beneficiar a indústria, embora notícias mais recentes mostrem que o governo deve optar por alterações no CSLL sobre o setor financeiro.
Por outro lado, a indústria extrativa se beneficia dos atuais patamares de preço das commodities e dev e ser um dos componentes positivos para a atividade econômica (projetamos um PIB de 0,5% em 2022).
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