Derrota para Lula

Câmara aprova PEC que limita empréstimos do BNDES

CCJ Aprova PEC que Dá ao Congresso o Poder de Vetar Empréstimos do BNDES ao Exterior

Foto/Reprodução: BNDES
Foto/Reprodução: BNDES | Foto/Reprodução: BNDES

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 4, por 31 votos a 27, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE). A proposta concede ao Congresso o poder de vetar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a outros países, uma medida que gera controvérsia no cenário político.

Desde o ano passado, parlamentares da oposição buscam aprovar a PEC, que visa garantir maior controle do Legislativo sobre a atuação do BNDES, especialmente em relação a financiamentos a países como Cuba, Venezuela e Moçambique. Esses países, que receberam empréstimos durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, estão com dívidas não pagas com o banco, o que tem sido criticado pela oposição.

O texto da PEC determina que o Congresso deve autorizar operações de crédito de instituições financeiras controladas pela União quando os recursos forem destinados ao exterior.

“Muitas vezes, não há comprovação de que os empréstimos ao exterior tragam benefícios para o Brasil”.

afirmou Mendonça Filho, justificando a proposta.

Por outro lado, a base governista argumenta que a proposta interfere excessivamente em competências do Executivo, uma vez que o BNDES é subordinado ao governo federal. Deputados da base defendem que o Congresso não pode se intrometer nas políticas de integração latino-americana.

Após a aprovação na CCJ, a PEC será discutida em uma comissão especial antes de ser votada no plenário da Câmara. A votação gerou um impasse político, com os governistas tentando evitar o avanço da proposta enquanto negociavam o pacote fiscal. O governo, segundo parlamentares, sofreu uma derrota dupla, com o avanço da PEC e o bloqueio do pacote fiscal na CCJ.

A PEC do BNDES segue em tramitação, mas o governo ainda busca alternativas para garantir a aprovação do pacote fiscal.