Redução de tarifas

Dólar recua com trégua de Trump e sinalização das tensões comerciais

Moeda americana cai frente ao real após presidente dos EUA moderar críticas ao Fed e acenar para possível redução de tarifas contra Pequim.

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Imagem/Reprodução
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  • Presidente dos EUA afirma que não pretende demitir Jerome Powell, aliviando temores sobre a independência do banco central americano
  • Trump sugere corte de tarifas sobre produtos chineses, o que melhora o humor dos mercados e fortalece o real
  • Banco Central oferta mais de 10 mil contratos de swap para rolar vencimentos e suavizar oscilações do dólar

O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (23) e manteve o ritmo de desvalorização nos primeiros negócios do dia, impulsionado por uma mudança no tom do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Depois de semanas de críticas públicas à postura do Federal Reserve (Fed), Trump recuou e afirmou que não pretende demitir o presidente da instituição, Jerome Powell, mesmo diante da resistência do banco central em cortar os juros americanos.

A declaração aliviou os mercados, que temiam riscos à independência do Fed e à estabilidade da política monetária nos EUA.

Às 9h20, o dólar à vista caía 0,74%, cotado a R$ 5,684 na compra e R$ 5,685 na venda. Na B3, o contrato futuro de dólar para maio (o mais líquido do momento) registrava baixa de 0,61%, aos 5.692 pontos.

O movimento de hoje dá continuidade ao recuo da véspera, quando o dólar caiu 1,37% e encerrou o dia cotado a R$ 5,7272. A queda se insere em um ambiente de maior apetite por risco, com investidores reagindo a sinais positivos do cenário internacional.

Possível trégua comercial entre EUA e China favorece o real

Além da mudança de tom nas críticas ao Fed, Trump também sinalizou uma possível flexibilização nas tarifas aplicadas à China. Em declarações recentes, o presidente sugeriu que pode promover um corte substancial nos impostos sobre produtos chineses, acenando para uma reaproximação nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Esse gesto foi interpretado como um novo recuo na guerra comercial que, nos últimos anos, alimentou incertezas e volatilidade nos mercados globais.

Investidores enxergam na trégua uma oportunidade de retomada do crescimento global, o que favorece moedas de países emergentes, como o real. A expectativa de um possível acordo comercial mais brando entre Washington e Pequim ajuda a reduzir a aversão ao risco e a impulsionar fluxos financeiros para mercados que oferecem maiores retornos, como o brasileiro.

O dólar turismo também sentiu o movimento: na manhã desta quarta, era negociado a R$ 5,802 na compra e R$ 5,982 na venda.

BC atua para manter estabilidade e rola contratos cambiais

Apesar da desvalorização do dólar, o Banco Central mantém sua postura de cautela no câmbio. Para esta sessão, a autoridade monetária anunciou um leilão de até 10.346 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar os vencimentos programados para 2 de maio de 2025.

Essa operação visa garantir a liquidez do mercado e evitar oscilações abruptas nos preços da moeda americana frente ao real.

A ação do BC demonstra a preocupação com a gestão prudente da política cambial, mesmo em um momento de maior alívio externo.

Ao mesmo tempo, o movimento também sinaliza a intenção de manter a previsibilidade e estabilidade no câmbio, especialmente em um cenário ainda sujeito a mudanças bruscas no exterior.

O dólar comercial operava, no horário do último levantamento, a R$ 5,703 na compra e R$ 5,704 na venda.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.