Instabilidade política

Trump fala, dólar despenca: o que está por trás da nova queda?

Moeda recua com força em meio a nova rodada de instabilidade política nos EUA e investidores reagem à volatilidade causada por Trump.

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  • Dólar à vista recua quase 0,6% e amplia perdas recentes
  • Mercado reage a falas contraditórias de Donald Trump sobre tarifas
  • Investidores buscam proteção em meio a cenário político imprevisível

O dólar voltou a cair frente ao real nesta quinta-feira (24), impulsionado por mais um episódio de instabilidade na política comercial dos Estados Unidos. O movimento dá sequência às perdas observadas na véspera, enquanto o mercado tenta absorver o impacto das declarações contraditórias do presidente norte-americano Donald Trump sobre tarifas e comércio exterior.

Às 9h11, o dólar à vista recuava 0,59%, negociado a R$ 5,685 na compra e na venda. No mercado futuro, o contrato mais negociado de dólar na B3 também registrava queda, com desvalorização de 0,39%, cotado a R$ 5,688.

A tendência é um reflexo direto da crescente aversão ao risco e da incerteza global em relação à condução da política econômica dos Estados Unidos.

Política imprevisível pressiona moedas emergentes

O principal gatilho para o recuo do dólar frente ao real tem sido a instabilidade na retórica do governo norte-americano. Donald Trump voltou a ameaçar o aumento de tarifas sobre produtos chineses. E, ao mesmo tempo em que recuou em sua intenção de demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

Essa montanha-russa de declarações gerou um clima de incerteza global, especialmente nos mercados emergentes.

A percepção de risco fez com que investidores buscassem opções mais seguras, reduzindo posições em dólar e migrando para moedas de países com menor exposição ao conflito comercial. O real, apesar das vulnerabilidades internas, se beneficiou desse movimento, impulsionado também pela liquidez internacional.

Além disso, o mercado avalia os impactos da política externa norte-americana na formação de preços de commodities e no comércio global. Contudo, dois pilares importantes para economias como a brasileira. Qualquer sinal de escalada nas tensões comerciais tende a afetar diretamente o fluxo de capitais para países emergentes.

Dólar turismo segue alto, mas também cede

Embora o dólar comercial tenha recuado nas primeiras horas de negociação, o dólar turismo também apresentou leve queda, ainda que mantenha patamares elevados. No início da manhã, a moeda era negociada a R$ 5,753 na compra e R$ 5,933 na venda.

O movimento de queda, no entanto, ainda não foi suficiente para aliviar os custos dos viajantes brasileiros, que seguem enfrentando valores historicamente altos na troca de moeda.

Casas de câmbio indicam que, mesmo com a recente desvalorização, o cenário é de cautela, dado o nível de volatilidade imposto pelas decisões do governo norte-americano.

Expectativa é de mais volatilidade nos próximos dias

Para os próximos dias, analistas não descartam novos movimentos bruscos na cotação da moeda, sobretudo diante da ausência de uma estratégia clara por parte dos EUA. A tendência é que os ativos brasileiros continuem operando com forte sensibilidade às declarações vindas de Washington.

A postura errática do presidente Trump, que em poucas horas é capaz de ameaçar a China, elogiar Powell e depois criticá-lo novamente, dificulta qualquer leitura de médio prazo sobre o comportamento do câmbio.

Em um cenário onde política externa e economia se misturam com intensidade, o dólar continua sendo um termômetro da confiança do investidor estrangeiro. E, neste momento, o mercúrio está longe de estabilizar.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.