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Não dá mais para ‘shortear’ IRBR3?

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O mercado sempre busca oportunidades para lucrar, seja com alta de papéis ou até mesmo com quedas. Para quem vê o “copo meio vazio” as apostas negativas com as ações da IRB vem chamando a atenção, mas as vagas para ser um dos torcedores do azar estão acabando.

Tem tanto investidor querendo ‘shortear’ o IRB que a quantidade de ações alugadas da empresa está muito perto de bater o limite definido pela B3 de 25% do free float (as ações em circulação no mercado). Quando – e se – isso acontecer, a Bolsa vai informar ao mercado, interromper o registro de novos contratos e determinar o encerramento de operações para que o limite volte a ser respeitado.

Outra opção é reajustar o limite. O aluguel de ações é uma parte fundamental para montar uma posição ‘vendida’ em uma ação.

Os famosos “shorts selling”, (ou vendas em descoberto como conhecido no Brasil) busca priorizar desvalorização de ações. Em resumo, a venda em descoberto consiste em “emprestar” ações e depois vende-las.

Para entender como essa venda aposta na desvalorização das ações é preciso entender como funciona esse “empréstimo”. Um investidor “aluga” uma ação que ele não possui em sua carteira, e a vende.

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Pessoalmente, gosto de visualizar essas informações em números para entender melhor, então segue um exemplo:

Um investidor “aluga” um ativo de 10 dólares e o vende por esse valor, contudo, o pagamento desse “aluguel” é realizado posteriormente, quando o investidor é obrigado a comprar novamente a ação e devolvê-la ao credor original. Neste momento, se o preço da ação for menor que os 10 dólares iniciais, digamos que 6 dólares, o investidor que vendeu em descoberto lucrou 4 dólares.

Por isso, é possível aos investidores apostarem na desvalorização de determinados ativos, essa prática é bem comum na bolsa americana. No entanto, como se trata de uma situação de alto risco, é recomendada apenas para investidores mais arrojados e experientes.

Os Shorts da IRB

Hoje, há cerca de 316 milhões de ações do IRB alugadas. Na tela da Bloomberg, a posição equivale a 25,12% do free float, mas a Bolsa faz ajustes nesse cálculo para evitar alguma dupla contagem de contratos de aluguel que vão vencer e são rolados antecipadamente. Com tanta gente querendo lucrar com a queda do IRB, a taxa cobrada para o empréstimo das ações disparou, saindo de 20% para os 45% no último mês. A taxa só perde para os 49% cobrados para alugar os papéis do TC. (Esses patamares de taxa estão muito acima da média do mercado, que gira ao redor dos 5%).

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Até o início de julho, o aluguel com ações do IRB estava na casa de 200 milhões de ações (16% do free float). A quantidade de operações começou a subir e superou os 250 milhões de ações a partir de meados de julho, depois que a empresa divulgou um prejuízo de R$ 273 milhões em maio.

As operações tiveram um novo salto após o resultado do IRB no segundo trimestre, quando a companhia reportou uma insuficiência de R$ 613,8 milhões do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido; e uma insuficiência de R$ 730 milhões no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória.

Uma solução?

A IRB anunciou ontem a realização de uma oferta pública primária de ações com esforços restritos de colocação de 597.014.925 novos papéis, que ao preço da cotação de ontem (R$ 2,01) devem movimentar em torno de R$ 1,2 bilhão, sem considerar lotes extras. Afinal, um aumento de capital “resolve” o problema com o free float do papel.

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A quantidade de ações poderá ser acrescida em até 200% do total de ações inicialmente ofertadas, ou seja, em até 1.194.029.850 novos papéis.

A operação será coordenada por Bradesco BBI (coordenador líder), Itaú BBA e Santander (Brasil). O IRB informou, em comunicado à CVM, que pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da oferta prioritariamente para regularização dos indicadores regulatórios estabelecidos pela Susep.


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