
- O Itaú está usando inteligência artificial para levar orientação financeira a mais pessoas, especialmente quem nunca teve acesso a um consultor de investimentos.
- A tecnologia ainda está em fase de testes, mas a ideia é entender como usá-la com responsabilidade, sem substituir totalmente o contato humano.
- Essa mudança pode ajudar muita gente a entender melhor sobre dinheiro e investir com mais segurança, tornando o sistema financeiro mais simples e próximo.
Durante o Web Summit Rio 2025, o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, anunciou a implantação de um agente de investimentos baseado em inteligência artificial generativa. A proposta visa democratizar o acesso à orientação financeira personalizada, antes restrita a clientes de alta renda. A estratégia marca uma nova etapa da transformação digital do banco, que já migrou 70% de sua infraestrutura para a nuvem.
IA para todos: uma nova etapa no relacionamento com o cliente
O Itaú Unibanco dá um passo ousado ao lançar agentes de investimento com inteligência artificial generativa. Segundo o CEO Milton Maluhy Filho, a iniciativa começa a operar neste trimestre e faz parte de uma estratégia que visa alcançar milhões de clientes de varejo, até então sem acesso personalizado à assessoria financeira.
Esse movimento ocorre após um processo robusto de modernização tecnológica. Conforme Maluhy destacou, mais de 70% da infraestrutura do banco já opera em nuvem. Isso não apenas melhora a eficiência, mas também permite escalabilidade, fundamental para a expansão de soluções digitais inteligentes.
A proposta do Itaú não é substituir consultores humanos, mas sim complementar sua atuação. A IA atua como apoio inicial, fornecendo recomendações com base no perfil e no histórico do cliente, garantindo personalização e rapidez.
Além disso, a nova tecnologia busca estreitar o relacionamento com os consumidores, aproximando o banco da linguagem e do comportamento das gerações mais jovens, habituadas à interação com assistentes digitais.
Experimentação e inovação: os próximos passos do banco
Para o CEO, a atual fase é de experimentação. Maluhy acredita que o grande desafio está em entender os limites éticos e operacionais da inteligência artificial. Ainda que a tecnologia já esteja madura em muitos aspectos, o uso no setor financeiro exige testes contínuos para garantir segurança e confiança.
O executivo reconhece que o mercado de IA está em ebulição. Embora o Itaú esteja entre os pioneiros no uso de IA generativa em investimentos, outras instituições — como BTG Pactual e Bradesco — também realizam testes com assistentes automatizados. Isso pressiona os líderes a inovar constantemente para manter competitividade.
A regulamentação é outro ponto importante. Embora ainda incipiente, a discussão sobre o uso ético da IA no sistema financeiro já ocorre em esferas governamentais e bancárias. Assim, o Itaú busca se antecipar a possíveis exigências legais, estabelecendo padrões internos de responsabilidade algorítmica.
Dessa forma, a proposta do banco é explorar o potencial da IA sem comprometer a confiança do consumidor, mantendo a transparência e o controle humano sobre decisões sensíveis.
Inclusão digital e impacto no cenário financeiro
Ao democratizar o acesso à consultoria de investimentos, o Itaú busca reduzir barreiras históricas no mercado financeiro. Muitos brasileiros ainda se sentem afastados dos produtos de investimento, seja por falta de conhecimento, seja por receio. Nesse sentido, a IA pode funcionar como um facilitador.
Além disso, o uso da IA pode ajudar a melhorar a educação financeira, já que os assistentes fornecem explicações simples e objetivas sobre riscos, rendimentos e metas. Isso se alinha a uma tendência global de tornar o sistema financeiro mais acessível e transparente.
O impacto econômico é significativo. Um estudo recente da McKinsey mostra que soluções de IA no setor bancário podem elevar a produtividade em até 40%, além de aumentar a fidelização de clientes em mais de 25%. No Brasil, onde o acesso ao crédito e à poupança ainda é desigual, iniciativas como essa têm alto potencial transformador.
Portanto, ao combinar tecnologia, escala e responsabilidade, o Itaú se posiciona como referência em inovação ética no setor bancário, promovendo inclusão e eficiência sem abrir mão da segurança.