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As 2 ações do setor de saúde que você precisa comprar agora

Bradesco e Itaú revisam recomendações e enxergam forte potencial de valorização nos papéis das duas companhias do setor de saúde.

Crédito: Depositphotos
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  • RD Saúde recebe upgrade do Bradesco, com preço-alvo de R$ 17 e potencial de alta de 20% após queda acumulada de 35% em 2024.
  • Hypera é elevada a outperform pelo Itaú, com destaque para a recuperação operacional e possível surpresa com vendas de genéricos.
  • Setor de saúde volta ao radar após meses de baixa, com bancos sinalizando que ações estão descontadas e têm espaço para retomada.

Depois de meses de pressão no mercado, duas empresas da área de saúde viram o vento virar nesta quarta-feira (19). O Bradesco e o Itaú elevaram suas recomendações para as ações da RD Saúde e da Hypera, sinalizando que os papéis estão baratos e prontos para uma retomada.

Nova leitura para RD Saúde: o pior pode ter passado

Após uma queda de 35% no ano, as ações da RD Saúde ganharam um voto de confiança do Bradesco BBI. Sendo assim, o banco revisou a recomendação de neutra para outperform — ou seja, espera que o papel tenha desempenho superior à média do mercado. O principal argumento é que o fundo do poço já ficou para trás.

Além disso, segundo o analista-chefe Marcio Osako, investidores estão atentos a nomes de alta qualidade que ficaram descontados. “Qualquer sinal de recuperação pode ser um gatilho de valorização”, afirmou. Logo, com base nisso, o banco fixou um preço-alvo de R$ 17, o que representa um upside de 20% em relação ao fechamento de terça-feira (R$ 14,11).

Ademais, a RD Saúde, dona das redes Raia e Drogasil, teve um primeiro trimestre fraco, o que esfriou o entusiasmo do mercado. Mesmo assim, o Bradesco avalia que os lucros revisados já foram incorporados ao preço atual. Além disso, bases de comparação mais fracas devem facilitar uma melhora nos resultados em 2026.

Desse modo, outro ponto importante foi o desconto atual no valuation da companhia. Portanto, o múltiplo preço/lucro (P/L) está cerca de 44% abaixo da média histórica, o que torna o papel atraente para investidores mais pacientes.

Hypera em trajetória de retomada

Do lado da Hypera, o movimento foi semelhante. O Itaú BBA revisou a recomendação da farmacêutica para outperform, apostando na recuperação da companhia após ajustes operacionais e sinais de avanço nas vendas da indústria.

Nesse sentido, em 2025, as ações da Hyperasubiram 56%, impulsionadas pela melhora no capital de giro no primeiro trimestre e por dados positivos do setor em maio e junho. Segundo o banco, mesmo com dúvidas sobre a formação de estoques nos últimos anos, os riscos parecem precificados.

Ademais, o Itaú acredita que, com faturamento em alta e redução da alavancagem, o papel tem espaço para continuar valorizando. Logo, o múltiplo P/L de 9 vezes para 2026 é considerado baixo para o potencial de crescimento. Então, o banco também vê uma possível surpresa positiva com as vendas de genéricos do Ozempic e do Saxenda, que podem representar até 5% do EBITDA de 2027.

Em suma, o preço-alvo fixado foi de R$ 35, o que implica uma valorização de 26% frente à cotação atual de R$ 27,80. Desse modo, a companhia está avaliada hoje em R$ 18 bilhões na Bolsa.

Setor de saúde volta ao radar do investidor

A reavaliação de duas gigantes da saúde chama atenção para o setor como um todo. Depois de um período de forte pressão, os fundamentos das companhias voltam a pesar mais que o pessimismo macroeconômico. Os ajustes internos e a expectativa de melhora nos resultados podem atrair investidores em busca de barganhas.

Além disso, o fato de dois dos maiores bancos do país revisarem suas posições reforça a confiança na resiliência do setor, mesmo em um ambiente desafiador para o consumo. Com papéis descontados, a movimentação dos analistas sugere que o mercado pode estar diante de novas oportunidades de valorização.

Os próximos resultados trimestrais, principalmente os do segundo trimestre, serão determinantes para confirmar essa nova tendência. Portanto, caso os números venham em linha com as expectativas mais otimistas, os papéis podem ganhar ainda mais tração na B3.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.