- Prio adquire 60% dos campos de Peregrino e Pitangola da Equinor por US$ 3,35 bilhões, tornando-se operadora exclusiva do campo
- Aquisição adiciona 202 milhões de barris às reservas da companhia, reforçando sua presença no setor de petróleo offshore
- Fechamento da operação está previsto para ocorrer entre o fim de 2025 e meados de 2026, com pagamentos viabilizados por caixa
A Prio (PRIO3), antiga PetroRio, anunciou na noite de quinta-feira (1º) um movimento estratégico de grande impacto no setor de óleo e gás. A aquisição de 60% de participação nos campos de Peregrino e Pitangola, pertencentes à norueguesa Equinor.
A transação, que inclui a transferência de operação do campo de Peregrino para a petroleira brasileira, alcança o valor total de US$ 3,35 bilhões e marca um passo importante na consolidação da Prio como uma das principais operadoras independentes do setor no Brasil.
O negócio foi estruturado em duas etapas. Na primeira, a Prio comprará 40% de participação nos campos, juntamente com a operação do campo de Peregrino, ao custo de US$ 2,233 bilhões. Além de um earn-out de US$ 166 milhões, condicionado à conclusão da segunda etapa.
Esta, por sua vez, compreende a compra de mais 20% de participação, por US$ 951 milhões. Após a conclusão das duas fases, a Prio deterá 100% do campo de Peregrino e ampliará significativamente sua base de ativos.
Classificação
A companhia comunicou que a aquisição adicionará cerca de 202 milhões de barris de reservas e recursos classificados como 1P (provadas) + 1C (contingentes) às suas operações, com base nas estimativas datadas de 1º de janeiro de 2024. O campo de Peregrino é um ativo estratégico localizado na Bacia de Campos, conhecido por seu grande potencial de produção e por já estar em operação.
A Prio, portanto, informou que o pagamento será viabilizado com recursos disponíveis em caixa, somados à geração de caixa futura até o fechamento da operação. Além de um aumento temporário do seu nível de alavancagem, que deve chegar a 2,0 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda.
A conclusão do negócio ainda depende de aprovações regulatórias, incluindo o aval da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa finalizará o processo de fechamento entre o fim de 2025 e meados de 2026.
Essa movimentação é vista pelo mercado como um passo ousado e estratégico para a Prio. Ao assumir o controle total de um campo já em operação, a empresa, portanto, expande sua capacidade de produção e reservas sem depender da descoberta de novos poços. Dessa forma, o que reduz riscos e acelera o retorno sobre o investimento.
Produção
O campo de Peregrino vinha sendo operado pela Equinor desde 2011. A venda reforça o reposicionamento da petroleira norueguesa, que vem reduzindo sua exposição em ativos de produção madura no Brasil, enquanto a Prio avança como protagonista entre as operadoras independentes, especializadas na revitalização de campos maduros offshore.
O movimento, contudo, também sinaliza a confiança da companhia na capacidade de sustentar investimentos de grande porte sem comprometer sua saúde financeira. Mesmo em um cenário desafiador para o setor de energia, com flutuações nos preços internacionais do petróleo e maior pressão por energias renováveis.
Com essa aquisição, a Prio consolida seu portfólio. E, ainda, amplia seu papel no mercado de óleo e gás nacional, assumindo o controle de um dos maiores campos offshore em operação no país.