
- O Banco Central ampliará o Pix com recursos como parcelamento, pagamentos automáticos e uso como garantia de crédito.
- Regulamentação da inteligência artificial buscará transparência e proteção dos consumidores em decisões automatizadas.
- Crédito imobiliário terá normas revisadas para aumentar o acesso à moradia e impulsionar o setor da construção civil.
O Banco Central traçou um plano regulatório ambicioso até 2026, com foco em três pilares centrais: evolução do Pix, uso responsável de inteligência artificial e ampliação do crédito imobiliário. Ao priorizar essas frentes, o órgão busca não apenas modernizar o sistema financeiro, mas também ampliar o acesso da população a serviços digitais, moradia e segurança econômica.
Pix: Expansão que transforma o cotidiano financeiro
Lançado em 2020, o Pix mudou a forma como os brasileiros realizam pagamentos e transferências. Mas o que antes parecia um recurso apenas inovador, agora se consolida como ferramenta de inclusão econômica. Por isso, o Banco Central decidiu que a evolução do Pix será prioridade máxima até 2026.
Entre as novidades previstas está o Pix Automático, que permitirá pagamentos recorrentes, como mensalidades ou assinaturas. Além disso, o Pix Parcelado deverá viabilizar compras fracionadas em até 12 vezes, oferecendo uma alternativa ao crédito rotativo.
Outro avanço importante será o uso do Pix como garantia de crédito. Dessa forma, empresas poderão oferecer seus recebíveis futuros como garantia para financiamentos, o que deve reduzir riscos e melhorar o acesso a empréstimos com juros mais baixos.
O BC também pretende fortalecer a segurança do sistema. Para isso, exigirá autenticação reforçada em dispositivos não cadastrados e ampliará a exigência de capital para instituições participantes. Tudo isso contribuirá para a credibilidade e expansão sustentável do sistema.
IA no setor financeiro: controle e inovação de mãos dadas
O rápido avanço da inteligência artificial exige não apenas atenção técnica, mas regulação eficaz. Ciente disso, o Banco Central colocará a IA no centro da sua estratégia de supervisão tecnológica.
A proposta não é limitar o uso da tecnologia, mas garantir que algoritmos sigam diretrizes de ética, transparência e segurança. Isso é essencial, já que muitas decisões financeiras, como concessão de crédito, estão sendo automatizadas.
Além de estabelecer marcos regulatórios, o BC também criará um Centro de Excelência em Inteligência Artificial, o qual terá como missão monitorar, desenvolver e implementar práticas seguras no uso da tecnologia no setor financeiro.
Essa ação preventiva visa antecipar riscos e estimular soluções inovadoras que respeitem os direitos do consumidor. Com isso, o Brasil se alinha às melhores práticas globais em supervisão de tecnologias emergentes.
Crédito Imobiliário: caminho para o acesso à moradia
Apesar dos avanços em tecnologia financeira, o déficit habitacional continua sendo um desafio estrutural no país. Para enfrentar esse cenário, o Banco Central quer reforçar o crédito imobiliário, tornando-o mais acessível e transparente.
Entre as ações previstas está a revisão das normas do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A proposta é que os mecanismos de proteção se tornem mais eficientes, reduzindo os riscos para os bancos e facilitando condições para os mutuários.
Paralelamente, o BC pretende incentivar plataformas digitais de financiamento, o que deverá reduzir a burocracia e agilizar os trâmites para quem deseja adquirir um imóvel. Isso é especialmente relevante para as famílias de baixa renda, que enfrentam maiores barreiras de entrada.
A medida também tem impacto direto na economia: ao estimular o setor da construção civil, há geração de empregos e dinamização de cadeias produtivas. Com isso, a política habitacional deixa de ser apenas social e passa a ser estratégica para o crescimento econômico.
Conclusão: uma agenda conectada com os desafios do futuro
Ao priorizar o Pix, a inteligência artificial e o crédito imobiliário, o Banco Central busca preparar o Brasil para um novo ciclo econômico mais digital, seguro e inclusivo. As medidas anunciadas não apenas respondem a demandas da sociedade, como também antecipam transformações que já impactam o sistema financeiro global.
Além disso, ao focar em pilares que combinam tecnologia, inclusão social e estabilidade, o BC sinaliza que sua atuação vai além da supervisão: ela se torna parte ativa no redesenho das políticas públicas. Essa visão estratégica contribui para alinhar o Brasil às tendências mundiais de inovação com responsabilidade.
Portanto, mais do que um conjunto de prioridades técnicas, a agenda regulatória até 2026 reflete um compromisso institucional com o desenvolvimento sustentável, a proteção do cidadão e o fortalecimento da economia. O desafio será manter esse equilíbrio entre inovação e segurança em um cenário cada vez mais dinâmico.