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Bitcoin dispara para US$ 80 mil após "segunda-feira negra": guerra comercial e medo ainda dominam

Bitcoin (BTC) surpreende e volta aos US$ 80 mil nesta terça (8), com Ethereum (ETH) também em alta significativa acima de US$ 1,5 mil. Recuperação ocorre após forte queda no início da semana, impulsionada por tensões na guerra comercial EUA-China e temores de recessão global. Apesar da alta, mercado ainda demonstra cautela extrema e volatilidade segue no radar.

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Bitcoin esta em alta na Argentina
Bitcoin esta em alta na Argentina

O mercado de criptomoedas acordou respirando um pouco mais aliviado nesta terça-feira (8). Depois de um início de semana tenso, que ficou conhecido como a “Segunda-feira Negra” (7 de abril), os principais ativos digitais mostram sinais de recuperação, trazendo um verde bem-vindo aos gráficos. Por volta das 09:09 da manhã (horário de Brasília), a principal estrela desse universo, o Bitcoin (BTC), operava em forte alta de 3,51%, sendo negociado na casa dos US$ 80.000. Um alívio e tanto para os investidores que viram a moeda testar níveis mais baixos recentemente.

Seguindo o líder, o Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda em valor de mercado, também apresentava um desempenho positivo, avançando 4,35% e sendo cotado a US$ 1.585,39 no mesmo horário. Essa recuperação não se limitou aos gigantes. Outras moedas digitais importantes, conhecidas como altcoins, também pegaram carona na alta:

  • XRP: Subindo 3,65%, cotado a US$ 1,90.
  • Solana (SOL): Com um salto expressivo de 7,90%, chegando a US$ 111,29.
  • Dogecoin (DOGE): A famosa “meme coin” avançava 6,16%, valendo US$ 0,1511.
  • Cardano (ADA): Mostrando força com alta de 5,71%, negociada a US$ 0,5917.

No geral, a capitalização total do mercado de criptomoedas alcançou a marca de US$ 2,530 trilhões, representando um aumento de 3,08% nas últimas 24 horas. Esse movimento sugere que, talvez, a confiança dos investidores esteja começando a retornar, mesmo que timidamente. A atividade nas corretoras também esquentou, com os volumes de negociação saltando 18% em 24 horas, atingindo a marca de US$ 82 bilhões.

Mas Por Que Tanta Volatilidade? Guerra Comercial e Medo Global na Jogada

Essa recuperação acontece logo após um verdadeiro banho de sangue no mercado. A “Segunda-feira Negra” do dia 7 de abril foi marcada por liquidações que ultrapassaram a marca de um bilhão de dólares em apenas 24 horas. O gatilho para essa queda brusca parece ter sido o anúncio de novas tarifas comerciais impostas pelo governo de Donald Trump aos produtos chineses, e as ameaças de retaliação por parte de Pequim.

Essa escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China acendeu um alerta vermelho nos mercados globais. Quando as duas maiores economias do mundo entram em rota de colisão, os investidores tendem a fugir de ativos considerados mais arriscados. Isso aumenta o que os especialistas chamam de “aversão ao risco global”. Normalmente, nesse cenário, tudo cai junto: ações de empresas, preços de matérias-primas (commodities), moedas de países emergentes e, claro, as criptomoedas. O Bitcoin, por exemplo, chegou a recuar mais de 7% durante esse período de estresse.

Bitcoin: Vilão ou Herói na Crise?

No entanto, o mundo cripto tem suas particularidades. Embora o Bitcoin também sofra com a instabilidade global, alguns analistas apontam para uma certa resiliência do ativo digital. Existe uma tese de que, justamente por causa dessa instabilidade e da desconfiança gerada nos sistemas financeiros tradicionais (controlados por governos e bancos centrais), alguns investidores podem buscar o Bitcoin como uma forma de proteção, um “porto seguro” digital, onde eles mesmos armazenam com segurança usando uma Bitcoin wallet confiável.

. Se o BTC conseguir mostrar força enquanto outros mercados ainda patinam, essa tese ganha mais adeptos.

Além da tensão comercial, outro fator que pesa no humor do mercado é o risco crescente de uma recessão global. Indicadores econômicos em várias partes do mundo não estão muito animadores, e isso aumenta a possibilidade de que o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), precise cortar as taxas de juros para tentar estimular a economia.

Historicamente, quando o Fed injeta mais dinheiro no mercado (aumentando a liquidez) e os juros estão baixos, o custo de oportunidade de investir em ativos mais arriscados diminui. Ou seja, fica menos atraente deixar o dinheiro parado em investimentos super seguros que rendem pouco. Esse cenário costuma beneficiar ativos alternativos como o Bitcoin, que podem atrair parte desse dinheiro em busca de maiores retornos.

Cautela Extrema: O Medo Ainda Está no Ar

Apesar da recuperação nos preços vista nesta terça-feira, o clima entre os investidores ainda é de muita cautela. O famoso “Índice de Medo e Ganância” (Fear & Greed Index), que tenta medir o sentimento geral do mercado, permanece em um nível baixíssimo de 19 pontos. Isso indica “medo extremo”, mostrando que a desconfiança ainda é grande, mesmo com os gráficos subindo.

Outro sinal dessa cautela é a dominância do Bitcoin. O Índice de Temporada de Altcoins (Altcoin Season Index) está em apenas 17/100, sugerindo que os investidores ainda preferem a segurança relativa do Bitcoin em vez de apostar pesado nas altcoins menores em tempos de incerteza.

Até mesmo grandes empresas que apostaram alto no Bitcoin sentem o impacto dessa volatilidade. A Strategy, empresa conhecida pelas grandes compras de BTC lideradas por Michael Saylor, reportou recentemente perdas latentes (não realizadas) de US$ 5,91 bilhões em seus investimentos em Bitcoin referentes ao primeiro trimestre de 2025, segundo documento enviado à SEC (órgão regulador do mercado americano).

Portanto, embora a recuperação atual traga um respiro, os especialistas alertam: a volatilidade deve persistir nos próximos dias. O mercado ainda está digerindo o impacto das tensões comerciais e dos temores econômicos globais. Acompanhar de perto as notícias sobre a guerra comercial EUA-China e as possíveis ações do Fed será crucial para entender os próximos capítulos dessa história.

Fernando Américo
Fernando Américo
Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvol