- Brasil ficou em último lugar entre 18 países no ranking de competitividade industrial da CNI.
- Fatores como ambiente econômico, educação e relações de trabalho puxaram o desempenho para baixo.
- Reformas estruturais e investimento em educação e inovação são urgentes para mudar o cenário.
O Brasil ficou em último lugar entre 18 países no ranking de competitividade industrial divulgado pela CNI. O desempenho reflete fragilidades econômicas, baixa qualidade da educação e entraves no ambiente de negócios. O estudo aponta a urgência de reformas estruturais e políticas públicas voltadas à inovação e produtividade.
Brasil na lanterna da competitividade
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um ranking que mostra o Brasil na última posição em competitividade industrial. Entre 18 países analisados, o país teve o pior desempenho em fatores cruciais como educação, ambiente econômico e relações de trabalho. O levantamento apresenta um panorama preocupante para o setor industrial nacional.
Nesse contexto, a pesquisa comparou o Brasil com países emergentes e desenvolvidos que competem nos mesmos mercados internacionais. Na ponta oposta do ranking, estão os Países Baixos, Estados Unidos e Coreia do Sul. Assim, enquanto esses países avançam com produtividade e inovação, o Brasil ainda lida com gargalos estruturais históricos.
Além disso, a CNI destacou que o estudo teve a metodologia revisada. Agora, ele reflete com mais precisão a posição real do Brasil frente à concorrência global. A escolha dos países considerou mercados semelhantes e estruturas econômicas comparáveis.
Desse modo, o desempenho brasileiro piorou em relação ao último levantamento. Isso indica que as medidas tomadas nos últimos anos não surtiram o efeito desejado. Portanto, a ausência de reformas e a instabilidade econômica contribuem para o cenário atual.
Fatores que explicam o desempenho ruim
O ambiente econômico brasileiro aparece como o pior entre todos os analisados. A taxa de juros elevada, o custo do crédito e o sistema tributário complexo desestimulam o investimento produtivo. Esses obstáculos afastam empresas e reduzem a competitividade interna.
Ademais, outro ponto crítico envolve a educação. A qualidade da formação básica compromete o desenvolvimento da força de trabalho. Então, isso limita a adoção de novas tecnologias e dificulta a modernização da indústria. Sem educação de base eficiente, não há inovação sustentável.
Sendo assim, o fator “desenvolvimento humano e trabalho” também pesou negativamente. Relações de trabalho engessadas, baixa produtividade e altos custos com encargos sociais aumentam as dificuldades. A rigidez nas leis trabalhistas impacta diretamente a operação das empresas.
Em suma, o único indicador em que o Brasil teve colocação menos negativa foi “baixo carbono e recursos naturais“. Nesse ponto, o país ocupa a 12ª posição, graças à matriz energética limpa. Mesmo assim, ainda enfrenta desafios no reaproveitamento de resíduos e na gestão ambiental.
Comparações internacionais e reflexos internos
O Brasil ficou atrás até mesmo de países latino-americanos como Argentina, Colômbia e Peru. Logo, isso mostra que os problemas são profundos e afetam todas as dimensões da competitividade industrial. A indústria nacional opera em desvantagem mesmo dentro do próprio continente.
Países que lideram o ranking investem consistentemente em tecnologia, capacitação e integração ao comércio global. Além disso, possuem ambientes regulatórios mais simples e estáveis. Esses fatores criam condições favoráveis para o crescimento industrial e o aumento das exportações.
Enquanto isso, o Brasil perde espaço em mercados estratégicos. A baixa competitividade reduz a presença de produtos brasileiros no exterior. Internamente, o consumidor enfrenta preços mais altos e menor variedade. A indústria sofre com a perda de relevância na economia nacional.
Especialistas afirmam que, sem mudanças estruturais, o país continuará nessa posição desfavorável. A estagnação industrial compromete o crescimento do PIB, a geração de empregos e o aumento da renda. O custo social da baixa competitividade é elevado.
Caminhos possíveis para a recuperação
A CNI defende uma agenda de reformas para melhorar o ambiente de negócios. A simplificação tributária aparece como uma prioridade imediata. Reduzir burocracias e aumentar a previsibilidade das regras pode atrair mais investimentos e impulsionar a produção.
Outro ponto essencial é a modernização do sistema educacional. Investir na qualidade do ensino básico e na formação técnica amplia as chances de inovação. Com trabalhadores mais qualificados, as empresas conseguem crescer de forma sustentável.
A indústria precisa também de incentivos à digitalização. Adoção de novas tecnologias e automação são fundamentais para competir em mercados globais. Sem isso, o Brasil continuará atrás dos concorrentes diretos e perderá oportunidades de crescimento.
Por fim, ampliar a integração ao comércio exterior é necessário. Novos acordos comerciais, redução de tarifas e abertura de mercados podem fortalecer a indústria. O país precisa participar mais ativamente das cadeias globais de valor.