
- Defesa de Bolsonaro desistiu de duas testemunhas no processo sobre tentativa de golpe em 2022.
- Governador Tarcísio de Freitas afirmou que Bolsonaro não planejou ruptura e estava resignado após derrota eleitoral.
- STF investiga núcleo formado por Bolsonaro e militares acusados de tentar impedir posse de Lula; depoimentos seguem até 2 de junho.
A defesa de Jair Bolsonaro desistiu de duas testemunhas no processo que investiga a tentativa de golpe de 2022. Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, prestou depoimento ao STF e afirmou que Bolsonaro não teve intenção golpista após perder as eleições. Os depoimentos devem terminar até 2 de junho.
Defesa de Bolsonaro desiste de testemunhas no STF
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que desistiu de duas testemunhas no processo que investiga a tentativa de golpe de 2022. Essas testemunhas são Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia da Informação do TSE, e o coronel Wagner de Oliveira, que integrou a comissão de acompanhamento das eleições.
Na quinta-feira (29), a defesa já havia aberto mão de outras quatro testemunhas, entre elas os ex-ministros Eduardo Pazuello e Gilson Machado, que integraram o governo Bolsonaro. Sendo assim, como as testemunhas indicadas pela defesa não são obrigadas a prestar depoimento sem intimação, os advogados optaram por dispensá-las nesta etapa do processo.
Essa estratégia pode indicar uma mudança no foco da defesa, que tenta evitar exposição desnecessária e concentra seus esforços em outras provas e depoimentos. Ao mesmo tempo, o STF mantém o calendário para ouvir todas as testemunhas indicadas até o dia 2 de junho.
Tarcísio de Freitas nega intenção golpista de Bolsonaro
Nesta sexta-feira (30), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, depôs à 1ª Turma do STF e negou que Jair Bolsonaro tenha planejado um golpe após a derrota eleitoral. Segundo ele, Bolsonaro estava preocupado que o governo “desandasse”, mas jamais tocou no assunto de ruptura institucional.
Além disso, Tarcísio contou que visitou Bolsonaro diversas vezes no Palácio da Alvorada nos meses seguintes à eleição e encontrou o ex-presidente “triste e resignado”. Durante essas visitas, Bolsonaro já aceitava a transição e indicou Ciro Nogueira para liderá-la.
Por fim, o governador negou qualquer ligação de Bolsonaro com os atos extremistas de 8 de janeiro e destacou que sua relação com o ex-presidente se baseava na amizade e em orientações políticas.
Processo investiga núcleo crucial da tentativa de golpe
O STF investiga o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe, formado por Bolsonaro e aliados próximos. A Procuradoria Geral da República (PGR) acusa esse grupo de liderar uma organização criminosa para impedir a posse de Lula em 2023.
Além do ex-presidente, integram o núcleo generais como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, além de Alexandre Ramagem e Anderson Torres.
Desde 19 de maio, a 1ª Turma do STF ouve testemunhas indicadas pelo grupo. Nesta sexta (30), depuseram pessoas ligadas a Bolsonaro, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira.