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Fraude INSS: Novo Ministro da Previdência se reuniu com suspeitos

Encontros ocorreram antes da nomeação de Wolney Queiroz e envolvem investigados por fraudes milionárias no INSS.

CPI do INSS
Crédito: Depositphotos
  • Wolney Queiroz participou de reuniões com suspeitos antes de ser nomeado ministro da Previdência.
  • O ministro tem uma dívida ativa de R$ 185 mil com o estado de Pernambuco.
  • O caso agrava a crise de confiança na Previdência e pressiona politicamente o governo.

O novo Ministro da Previdência, Wolney Queiroz, participou de reuniões com suspeitos de envolvimento em fraudes bilionárias contra o INSS antes de assumir o cargo. Além disso, o ministro possui uma dívida ativa de R$ 185 mil com o estado de Pernambuco.

O caso, revelado em meio à operação da Polícia Federal, reacende o debate sobre a responsabilidade política na nomeação de figuras públicas. A repercussão se intensifica em um momento em que o governo tenta recuperar a credibilidade da Previdência após escândalos recentes.

Reuniões controversas envolvem ministro recém-nomeado

Wolney Queiroz, recém-nomeado ministro da Previdência Social, se reuniu com empresários investigados pela Polícia Federal. Os encontros ocorreram meses antes de sua nomeação. Contudo, tornaram-se foco de atenção pública após revelações de envolvimento dos participantes em um esquema bilionário de fraudes contra o INSS.

As reuniões foram confirmadas por registros de agenda e por fontes próximas ao ministro. Queiroz esteve em ao menos dois encontros com nomes ligados ao escândalo. Embora as reuniões tenham acontecido em contexto institucional, o conteúdo das conversas permanece sigiloso.

Enquanto isso, a nomeação de Queiroz foi mantida pelo presidente Lula. A decisão gerou críticas entre parlamentares da oposição, que alegam falta de rigor nos critérios de escolha. Por outro lado, aliados do governo defendem que não há provas de que o ministro tenha envolvimento direto nas irregularidades.

Ainda assim, o episódio elevou a pressão sobre o Executivo. Isso porque ocorre no rastro de uma operação da Polícia Federal que revelou movimentações milionárias em espécie e indícios de conluio entre empresários e servidores públicos.

Dívida ativa e desgaste político

Além dos encontros, veio à tona uma dívida de R$ 185 mil atribuída ao ministro. O valor corresponde a débitos de sua empresa com o fisco estadual de Pernambuco. A cobrança está registrada na Procuradoria da Fazenda Estadual.

Embora o ministro não tenha comentado o débito, sua equipe jurídica afirma que o valor está sendo negociado. No entanto, a revelação complicou ainda mais a imagem do novo chefe da Previdência. Afinal, o cargo exige alto grau de confiabilidade para lidar com um sistema que atende milhões de brasileiros.

Não bastasse isso, o momento político é delicado. Após o escândalo da fraude do INSS, o ministério busca reverter a percepção de descontrole. A exposição de fragilidades na escolha dos gestores alimenta críticas sobre a governança nas pastas federais.

Além disso, a oposição tem explorado o tema para pressionar o governo no Congresso. Parlamentares já pedem a convocação de Queiroz para esclarecimentos e não descartam abrir uma CPI.

Impacto na Previdência e na confiança institucional

O caso compromete os esforços do governo em restaurar a confiança na Previdência. Após as denúncias de que suspeitos transportaram até R$ 155 milhões em espécie ao exterior, o sistema previdenciário entrou em foco. A nomeação de Queiroz, em vez de apaziguar, adicionou tensão.

Embora o governo argumente que não há irregularidade comprovada, especialistas apontam falhas na blindagem política das indicações. Para eles, o mínimo esperado seria uma apuração rigorosa antes da escolha de nomes para cargos sensíveis.

Em contrapartida, membros do governo alegam que as acusações visam enfraquecer as ações da Previdência. Ainda assim, reconhecem que a comunicação falhou. Isso porque não antecipou os possíveis desgastes diante das suspeitas em curso.

A crise pode ter efeitos duradouros. Afinal, a confiança pública depende não só de resultados técnicos, mas também da integridade dos gestores. Em um cenário de baixa popularidade, cada nomeação passa a ser decisiva para a imagem do governo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.