
- Janja pediu a palavra para criticar o TikTok em reunião sem falas previstas, causando desconforto entre as delegações
- Presidente chinês afirmou que o Brasil tem autonomia para regular ou banir a plataforma, encerrando o assunto rapidamente
- A postura da primeira-dama brasileira irritou a primeira-dama da China e foi considerada desrespeitosa por membros da comitiva
A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, protagonizou um momento inesperado e altamente constrangedor durante o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, nesta semana.
Segundo integrantes da comitiva brasileira, Janja pediu a palavra de forma abrupta durante a reunião (que não previa pronunciamentos informais) para fazer críticas diretas à plataforma chinesa TikTok. Dessa forma, alegando que o algoritmo da rede social favorece conteúdos da extrema-direita e representa uma ameaça à democracia no Brasil.
O gesto surpreendeu até os interlocutores mais próximos do presidente Lula. Um ministro que acompanhava o encontro relatou que “ninguém entendeu o tema nem o motivo da fala”, destacando o constrangimento gerado no ambiente diplomático.
A fala de Janja causou visível desconforto não apenas na delegação chinesa, mas também entre os brasileiros. Segundo relatos, a primeira-dama da China, Peng Liyuan, demonstrou irritação com a postura de Janja, vista como descortês e fora de protocolo.
Resposta chinesa
Ao ouvir as críticas, o presidente Xi Jinping respondeu de maneira fria, mas enfática, afirmando que o Brasil possui total legitimidade para regulamentar ou até banir plataformas digitais, incluindo o TikTok. A resposta, embora diplomática, soou como uma forma de encerrar o assunto rapidamente, evitando qualquer embate público.
A situação ganhou ainda mais complexidade porque o TikTok está no centro de uma batalha geopolítica entre China e Estados Unidos. O governo americano tenta forçar a venda da plataforma para uma empresa norte-americana. Contudo, o que já provocou diversas reações do governo chinês, que considera a pressão como uma forma de ataque à sua soberania tecnológica.
Nesse contexto, a fala de Janja foi vista como inoportuna e alinhada, ainda que involuntariamente, com a narrativa americana. No entanto, algo que Pequim interpreta como hostil.
Além do conteúdo da fala, o modo como a intervenção foi feita gerou críticas entre diplomatas e membros do governo brasileiro. Fontes internas afirmam que Janja não consultou previamente a equipe do Itamaraty nem coordenou o tema com a assessoria presidencial.
O episódio, que deveria ter sido um momento de fortalecimento das relações bilaterais entre Brasil e China, acabou ofuscado pela polêmica.
Apesar do mal-estar gerado, o governo brasileiro tenta minimizar os impactos do episódio e destaca os resultados positivos da visita em áreas como comércio, tecnologia e investimentos.
No entanto, o deslize de Janja se tornou um dos assuntos mais comentados nos bastidores diplomáticos e gerou questionamentos sobre o papel institucional da primeira-dama em encontros oficiais.
Até o momento, a assessoria de imprensa de Janja não se pronunciou sobre o incidente. Nos bastidores, aliados de Lula tentam apagar o incêndio, enquanto diplomatas avaliam o episódio como um erro de conduta que pode repercutir negativamente nas relações entre os dois países.