
- A Tesla registrou uma queda de 71% no lucro do primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 409 milhões, com receita de US$ 19,3 bilhões.
- Fatores como a desaceleração da demanda, desafios políticos envolvendo Elon Musk e tensões comerciais contribuíram para os resultados negativos.
- A empresa planeja lançar novos modelos e iniciar projetos de robotáxis, mas enfrenta ceticismo do mercado quanto à execução dessas iniciativas.
O lucro da Tesla no primeiro trimestre de 2025 sofreu uma queda significativa. O lucro líquido reportado foi de US$ 409 milhões, o que representa uma queda de 71% em relação ao mesmo período do ano passado.
Porém, ao considerar os valores ajustados (non-GAAP), o lucro ficou em US$ 934 milhões, com uma redução de 39% em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Além disso, a receita caiu 9%, totalizando US$ 19,33 bilhões, contra US$ 21,3 bilhões registrados no ano anterior.
Resultados financeiros abaixo das expectativas
O primeiro trimestre de 2025 trouxe resultados mistos para a Tesla. A empresa reportou US$ 409 milhões em lucro líquido, representando uma queda de 71% em relação ao mesmo período de 2024.
Sendo assim, este desempenho ficou aquém das projeções do mercado, que esperavam um lucro por ação de US$ 0,39, mas o número real ficou em apenas US$ 0,12. Então, esse declínio pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo o aumento nos custos de produção e a desaceleração nas vendas de alguns modelos de carros.
Contudo, ao olhar para os números ajustados (non-GAAP), a situação é um pouco mais favorável. Logo, o lucro ajustado foi de US$ 934 milhões, o que ainda representa uma queda de 39%, mas sem os efeitos extraordinários que impactaram o lucro reportado.
Portanto, a diferença entre os dois números é importante para investidores que buscam avaliar a performance financeira real da Tesla, sem os efeitos de itens excepcionais e contabilização de despesas.
Fatores que impactaram o desempenho
A Tesla atribuiu os resultados abaixo do esperado a uma combinação de fatores, incluindo a desaceleração da demanda global por veículos elétricos, desafios na cadeia de suprimentos e o aumento da concorrência, especialmente de fabricantes chineses como a BYD.
Além disso, a empresa enfrentou críticas e boicotes devido ao envolvimento político do CEO Elon Musk, que assumiu um papel de destaque na administração Trump e expressou apoio a políticos de extrema-direita na Europa. Essas ações geraram preocupações sobre a imagem da marca e possíveis impactos nas vendas.
A Tesla também mencionou que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, incluindo novas tarifas e medidas retaliatórias, afetaram negativamente seus negócios, especialmente no segmento de armazenamento de energia e componentes importados.
A empresa reconheceu que os atrasos na produção de modelos mais acessíveis influenciaram negativamente os resultados. Também admitiu que a recepção morna do Cybertruck teve impacto. Esses fatores contribuíram para os resultados financeiros abaixo do esperado.
Reações do mercado e perspectivas futuras
As ações da Tesla apresentaram volatilidade no pós-mercado após a divulgação dos resultados, inicialmente caindo, mas depois registrando uma leve alta de 0,86%. No entanto, as ações acumulam uma queda de mais de 37% no ano, refletindo as preocupações dos investidores com o desempenho da empresa.
Analistas de mercado expressaram preocupações sobre a capacidade da Tesla de retomar um crescimento sustentável. Eles destacaram a importância de focar em inovação e expansão de mercado. Também enfatizaram a necessidade de uma gestão eficaz das questões políticas que afetam a percepção da marca.
A empresa anunciou planos para lançar modelos mais acessíveis ainda em 2025 e iniciar um projeto piloto de robotáxis em Austin, Texas, no meio do ano. No entanto, analistas permanecem céticos quanto à viabilidade desses projetos, dado o histórico de promessas não cumpridas da Tesla em relação à autonomia veicular.
A Tesla também enfrenta desafios para manter a liderança no mercado de veículos elétricos. A concorrência global está se intensificando rapidamente. A empresa precisa se adaptar às mudanças nas preferências dos consumidores. Também deve responder às novas regulamentações ambientais que afetam o setor.