
Warren Buffett, um dos nomes mais emblemáticos da história dos investimentos, anunciou que deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway no final de 2025. Aos 94 anos, o lendário “Oráculo de Omaha” encerra uma era de seis décadas à frente de um dos maiores conglomerados empresariais dos Estados Unidos, abrindo caminho para seu sucessor já nomeado: Greg Abel.
A sucessão da Berkshire Hathaway
A transição foi anunciada durante a tradicional assembleia anual de acionistas em Omaha, evento que reúne milhares de investidores e entusiastas da empresa todos os anos. Em sua fala, Buffett afirmou:
Acredito que chegou a hora de Greg se tornar o CEO da empresa no final do ano.
Greg Abel, de 62 anos, é vice-presidente da Berkshire desde 2018 e já era apontado como o sucessor natural de Buffett desde 2021. Ele ingressou no grupo em 1992, quando ainda atuava na MidAmerican Energy (hoje Berkshire Hathaway Energy), e posteriormente liderou essa unidade por mais de uma década.
O destino das ações de Buffett
Mesmo com o anúncio da aposentadoria, Buffett deixou claro que não venderá nenhuma de suas ações da Berkshire Hathaway. Avaliada em cerca de US$ 168,2 bilhões, sua fortuna está quase integralmente atrelada aos papéis da empresa. Ele também reafirmou seu compromisso filantrópico, reiterando que a maior parte de suas ações será doada após sua morte.
Desde 2006, Buffett já doou mais da metade de suas ações. O restante será destinado a um novo fundo de caridade supervisionado por seus filhos Howard e Peter e por sua filha Susie.
A preservação da cultura da empresa
Além de Greg Abel na liderança executiva, a sucessão prevê a continuidade do legado de Buffett também no nível institucional. Howard Buffett, de 70 anos, deve assumir futuramente o cargo de presidente não executivo, com o objetivo de preservar a cultura da Berkshire.
Essa estrutura busca garantir estabilidade na transição e reforçar os princípios que transformaram a companhia em uma potência — desde a valorização da gestão descentralizada até o conservadorismo financeiro.
O legado de uma lenda
Buffett assumiu a Berkshire Hathaway em 1965, quando a empresa era uma modesta fabricante têxtil em dificuldades. Ao lado de seu parceiro de negócios e amigo de longa data, Charlie Munger (falecido em 2023), transformou a companhia em um colosso de US$ 1,16 trilhão de valor de mercado.
A Berkshire controla ou participa de quase 200 empresas — como a seguradora Geico, a ferrovia BNSF, a Dairy Queen, Fruit of the Loom e See’s Candies — além de deter US$ 264 bilhões em ações de empresas como Apple, American Express e Bank of America.
Durante os 59 anos de Buffett à frente da empresa, o valor das ações da Berkshire disparou impressionantes 5.502.284%. Ainda assim, o bilionário manteve um estilo de vida simples, morando até hoje na mesma casa que comprou em 1958 por US$ 31.500.