
- Pix automático já está disponível em todos os bancos, permitindo pagamentos recorrentes a empresas com autorização única.
- Sistema visa substituir boletos e débito automático tradicional, alcançando até 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito.
- Banco Central impõe regras rígidas de segurança para evitar fraudes, exigindo histórico de atividade e verificações cadastrais rigorosas.
Entrou em vigor nesta segunda-feira (16) o Pix automático, nova modalidade de pagamento lançada pelo Banco Central que pode transformar a forma como brasileiros quitam contas recorrentes. Sendo assim, a ferramenta permitirá o débito direto em conta de forma autorizada, substituindo boletos e débito automático tradicional.
Nova solução para pagamentos recorrentes
O Pix automático é uma extensão do já conhecido sistema de transferências instantâneas e permite que consumidores autorizem, uma única vez, pagamentos periódicos a empresas e prestadores de serviços, como academias, escolas e plataformas de streaming.
Além disso, diferente do débito automático tradicional, que exige convênios com cada banco, o Pix automático simplifica o processo, permitindo que até microempreendedores individuais (MEI) acessem a funcionalidade. A iniciativa pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros que não usam cartão de crédito, segundo o Banco Central.
Desde o fim de maio, o Banco do Brasil já oferecia a função. No entanto, a maioria das instituições financeiras passou a disponibilizá-la apenas nesta segunda-feira. Desse modo, o objetivo é padronizar e democratizar os pagamentos recorrentes, integrando o serviço à rotina bancária digital de forma prática e segura.
Como funciona e quem pode usar
A adesão ao Pix automático começa com o envio, por parte da empresa, de um pedido de autorização ao cliente. No aplicativo do banco, o pagador acessa a função, lê e aceita os termos, define valores, periodicidade e o limite por transação. A partir da data acordada, os débitos passam a ocorrer automaticamente.
Ademais, o serviço funciona 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana e feriados, e pode ser cancelado ou ajustado a qualquer momento pelo cliente. Entre as contas que poderão ser pagas por esse método estão as de luz, água, telefone, escolas, academias, assinaturas digitais e clubes de serviço.
Importante destacar que o Pix automático é exclusivo para pagamentos de pessoas físicas a empresas ou prestadores de serviços. Portanto, para transações entre pessoas físicas, como pagamento de mesadas ou salários, a opção é o Pix agendado recorrente — obrigatório desde outubro de 2024.
Vantagens para empresas e consumidores
O lançamento da nova função representa um avanço, principalmente para pequenas empresas. Com o Pix automático, elas não precisarão mais firmar convênios com cada instituição financeira para oferecer cobrança automática, bastando ativar o recurso no próprio banco.
Ademais, muitos negócios menores usavam o Pix agendado recorrente, que exigia do cliente o preenchimento manual da chave Pix, valores e datas, o que aumentava o risco de erros. Com o Pix automático, o cliente apenas aceita a cobrança proposta pela empresa, podendo personalizar os termos com facilidade.
Portanto, a expectativa do Banco Central é que a adesão cresça de forma progressiva nos próximos meses, com destaque para os setores de educação, serviços domiciliares, clubes e plataformas de assinatura digital, onde a cobrança periódica é recorrente.
Medidas de segurança contra fraudes
Como toda nova tecnologia bancária, o Pix automático também levanta preocupações com golpes. Para evitar fraudes, o Banco Central estabeleceu critérios rigorosos para as empresas que desejam usar a nova modalidade.
Além disso, apenas empresas com mais de seis meses de existência poderão ofertar o serviço. Além disso, os bancos terão de realizar verificações cadastrais detalhadas, como data de inscrição no CNPJ, situação dos sócios no CPF, compatibilidade entre atividade econômica e o serviço ofertado, capital social, faturamento e tempo de relacionamento com a instituição.
Desse modo, essas medidas visam reduzir o risco de golpes com propostas falsas de cobrança enviadas por empresas inexistentes ou sem histórico de atuação. As instituições também serão responsáveis por monitorar o comportamento transacional dessas empresas, reforçando a segurança do usuário final.