Tentativas de negociação

Venezuela dá novo calote e quem paga é o brasileiro

Venezuela deve mais de R$ 10 bilhões ao Brasil, ignora cobranças diplomáticas e força o Tesouro a cobrir prejuízos com dinheiro público.

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Crédito: Depositphotos
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  • Venezuela deve mais de R$ 10 bilhões ao Brasil e ignora cobranças diplomáticas
  • Tesouro Nacional já cobre prejuízos com dinheiro público via Fundo de Garantia à Exportação
  • Valor da dívida seria suficiente para financiar programas sociais essenciais no Brasil

O regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro deu um calote bilionário no Brasil e vem ignorando sistematicamente todas as tentativas de negociação feitas pelo governo brasileiro. A dívida já supera US$ 1,7 bilhão (mais de R$ 10 bilhões) e continua a crescer, afetando diretamente os cofres públicos nacionais.

Os números alarmantes constam em um documento oficial enviado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, ao Congresso Nacional, como resposta a um requerimento do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

A fatura dessa inadimplência recai sobre o contribuinte brasileiro. O governo federal, por meio do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), precisa cobrir os valores devidos sempre que a Venezuela deixa de pagar. Este fundo é sustentado com dinheiro do Orçamento da União — ou seja, com recursos públicos.

Só até junho de 2025, o Tesouro Nacional deve desembolsar mais US$ 16 milhões (R$ 90 milhões) para cobrir parcelas vencidas. Desde 2016, quando Caracas parou de honrar os compromissos, o prejuízo vem sendo absorvido por todos os brasileiros.

Empreiteiras brasileiras

A origem da dívida está ligada à época em que os presidentes Lula e Hugo Chávez apostaram em uma integração econômica entre Brasil e Venezuela. Durante o período, o BNDES financiou obras de infraestrutura no país vizinho, como a ampliação do metrô de Caracas e a construção da Siderúrgica Nacional, executadas por grandes empreiteiras brasileiras. O modelo previa que os valores seriam reembolsados pela Venezuela. Mas isso não aconteceu.

Na prática, o governo brasileiro ofereceu uma espécie de garantia informal: “Se eles não pagarem, nós pagamos por eles”. E essa promessa tem custado caro. A inadimplência venezuelana cresceu de forma contínua nos últimos anos, enquanto a capacidade de pagamento do regime chavista evaporava em meio ao colapso econômico e ao isolamento internacional.

Em 2023, a tentativa de reaproximação entre os presidentes Lula e Maduro, com direito a visita do venezuelano a Brasília, alimentou expectativas de retomada dos pagamentos. No entanto, as negociações emperraram.

A irritação entre os diplomatas brasileiros aumentou quando o Itamaraty barrou a entrada da Venezuela no grupo BRICS, o que congelou ainda mais os canais de diálogo.

Crise institucional

Mesmo com alertas ao Clube de Paris, que reúne os principais credores soberanos do mundo, a Venezuela se mantém indiferente. A situação do país, mergulhado em hiperinflação, crise institucional e isolamento financeiro, inviabiliza qualquer perspectiva de quitação no curto prazo.

Para especialistas, o valor acumulado da inadimplência seria suficiente para custear, com folga, programas sociais como o Vale-Gás e o Farmácia Popular por um ano inteiro. Em vez disso, o dinheiro dos brasileiros está sendo usado para cobrir um rombo internacional gerado por uma aposta diplomática fracassada.

Enquanto isso, Maduro se cala, o Brasil paga — e o povo arca com a conta.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.