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A Petrobras (PETR4; PETR3), gigante petrolífera brasileira, enfrenta um desafio significativo em sua trajetória de crescimento. A produção de petróleo está estagnada e é previsto um retorno ao crescimento apenas após 2026. Essa estagnação é atribuída ao declínio na produção de campos de pré-sal, que antes eram os principais motores do crescimento da empresa.
A situação atual apresenta dois principais aspectos. Por um lado, alguns dos campos cruciais que a Petrobras trouxe à operação no início da década de 2010 atingiram seu pico de produção e agora estão em declínio. Por outro lado, há uma pausa na entrega de novos equipamentos de produção para campos em expansão. Isso culmina na previsão de que a Petrobras não registre crescimento anual novamente até 2026.
Estratégias de diversificação: Petrobras busca novas fronteiras de exploração
O diretor executivo de exploração e produção da Petrobras, Joelson Mendes, expressou preocupação com a dependência excessiva do pré-sal, que atualmente responde por mais de 70% da produção nacional de petróleo.
Mendes ressalta a necessidade urgente de explorar áreas fora dessa região para evitar uma estagnação prolongada na produção brasileira. É previsto que o país poderá se tornar insignificante em termos de produção de petróleo até 2050, a menos que novas fontes sejam encontradas.
Um dos principais desafios da Petrobras é o campo de Tupi, o primeiro a ser explorado no pré-sal em 2010 e que continua sendo um dos principais produtores do país. No entanto, sua produção está em declínio desde 2020, assim como outros campos menores do pré-sal. Esses declínios estão compensando o crescimento em outros projetos, como Búzios, que possui um potencial ainda maior que Tupi.
Para mitigar esses declínios, a Petrobras está tomando medidas para limitar o ritmo anual de redução da produção em Tupi e busca estender o contrato do campo até a década de 2060. No entanto, isso exigirá investimentos significativos em novas plataformas de produção e equipamentos associados, com um custo estimado de até US$ 7 bilhões.
Perspectivas internacionais: Petrobras investe em expansão na Colômbia e na África
Além disso, a Petrobras está desacelerando a expansão de sua frota de FPSOs (Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo). Embora esteja prevista a adição de apenas um FPSO este ano, a empresa adicionou quatro em 2023, de um total de 14 planejados até 2028.
Apesar dos desafios enfrentados pela Petrobras, há expectativas positivas em relação à exploração de novas áreas, como a bacia da Foz do Amazonas e a Margem Equatorial brasileira. Internacionalmente, a empresa está focada na Colômbia, explorando descobertas de gás e buscando expandir suas operações na África.
Em resumo, a Petrobras enfrenta um período desafiador em sua busca por manter e expandir a produção de petróleo, enfrentando declínios em campos importantes e buscando novas oportunidades de exploração e investimento dentro e fora do Brasil.
Previsão para as ações da Petrobras em 2024
A Petrobras, uma sociedade de economia mista controlada pela União, acumulou alta de 94,47% nas suas ações preferenciais (PETR4) no ano passado, caracterizando-se como uma das principais valorizações do Ibovespa em 2023.
Além disso, no dia último 27 de dezembro, a empresa alcançou um pico histórico de maior valor de mercado em seus mais de 70 anos de existência, ultrapassando a marca de R$530 bilhões. Com o bom resultado, nos últimos três trimestres, a Petrobras distribuiu um total de R$73 bilhões em dividendos aos seus acionistas, fator que tenderia a diminuir o valor da empresa. Nos três primeiros pregões de 2024, já acumula alta de 3,70%.
Contudo, 2023 também foi marcado por notícias adversas para a companhia, como as movimentações das cadeiras de alto escalão, mudanças nos planos de investimentos e dividendos das ações e a alteração da política de preços dos combustíveis, com a empresa deixando a paridade internacional. Esses fatores trouxeram bastante volatilidade para os preços dos papéis da Petrobras, que no início de 2023 caminhavam entre R$16 e R$17, e que encerraram o ano no patamar de R$37,24.
Para Daniel Abrahão, assessor na iHUB Investimentos, o preço internacional também contribuiu para o crescimento do papel.
“O desempenho positivo das ações da empresa deve-se, em grande parte, à escalada histórica dos preços do petróleo nos últimos anos, um movimento também observado em outras companhias petrolíferas ao redor do mundo”, comenta.
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