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Poupança perde adeptos

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Com rendimento que corresponde à metade da inflação, investimento mais popular do Brasil tem registrado saída de recursos com investidores buscando alternativas a baixo risco

O investimento mais popular do Brasil está perdendo adeptos. Somente nos primeiros três meses do ano, houve uma saída recorde de R$ 40,4 bilhões da caderneta de poupança. O movimento tende a se intensificar diante da continuidade da alta da taxa de juros, pressão inflacionária e maior educação financeira, com novos produtos de renda fixa provocando o crescimento da diversificação das carteiras.

“Um país com inflação e taxas de juros de dois dígitos torna outros tipos de ativos muito mais interessantes para quem tem um pouco mais de capital ou acesso a outros tipos de investimentos. Hoje em dia é muito fácil e rápido abrir conta em bancos e corretoras, o que pode ser determinante na hora de se investir. Aliando-se a isso, o acesso por smartphones às inúmeras notícias sobre investimentos também colabora para essa migração de recursos”

explica o CEO do App Renda Fixa, Francis Wagner.

No passado, a poupança era usada como uma forma de proteger os recursos da alta generalizada dos preços, mas o cenário mudou e o rendimento está bem aquém das opções fornecidas pelo mercado. Segundo a regra vigente, quando a Selic fica acima de 8,5% ao ano, a poupança provê um rendimento fixo de 0,5% ao mês + TR , ou 6,17% ao ano + TR, para depósitos novos e antigos. No acumulado de 12 meses até maio, a inflação medida pelo IPCA está em 11,73%, quase o dobro do ganho da poupança.

“Há quase dois anos, quem deixa suas economias da poupança perde rentabilidade real. Cada vez mais os brasileiros observam isso e buscam alternativas em outros investimentos de renda fixa que exibem baixo risco e contam com rentabilidade atrelada à Selic ou inflação”

ressalta Wagner.

O especialista observa que a poupança possui liquidez imediata, inclusive aos fins de semana e feriados, enquanto a maioria dos investimentos de renda fixa semelhantes, possui liquidez apenas em dias úteis. Embora a poupança esteja com uma rentabilidade pouco atrativa, vale lembrar que, em casos de extrema urgência, ainda pode ser uma alternativa viável. Como recomendação, o analista observa que uma excelente alternativa é o CDB, título emitido por bancos e sociedades de crédito, financiamento e investimentos que possui a proteção do FGC (fundo garantidor de crédito).

“Esse título é o carro chefe das instituições financeiras por não precisar de lastro nem de destinação específica para ser emitido e pode apresentar boas taxas. Hoje em dia é possível encontrar CDBs com liquidez diária e taxas de 110% do CDI”

diz.

Outra alternativa interessante, que é muito similar ao CDB é a Letra de câmbio (LC). Esse tipo de ativo é emitido por sociedades de crédito, financiamento e investimentos com a proteção do FGC e pode apresentar liquidez diária.

“Apesar de ser um título interessante, está mais difícil encontrar esse tipo de ativo por conta dos CDBs que passaram a ser emitidos também por financeiras”

destaca.

Há outras opções disponíveis no mercado, mas que precisam de um pouco mais de critério ao se investir, como as Letras de Crédito, que podem ser imobiliárias ou do agronegócio. Tais títulos não possuem liquidez diária, pois têm um período de carência de, no mínimo, 90 dias. Findo esse período é possível ter liquidez diária, além disso, esses ativos também são protegidos pelo FGC.

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