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Pandemia e guerra na Ucrânia devem trazer implicações negativas para inflação e crescimento global no longo prazo, aponta Âmago Capital

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A gestora Âmago Capital avalia que os aspectos da pandemia na economia global e a guerra na Ucrânia, que já dura mais de um mês, acentuam a tendência de uma transição de um ambiente de abundância para um de escassez, com implicações negativas para inflação e o crescimento no longo prazo.

A avaliação foi feita em carta mensal divulgada pela Âmago. Na visão de Rodrigo Barros, cofundador da gestora, há um risco de ruptura entre Ocidente e Oriente que, segundo ele, “seria muito inflacionário e negativo para um crescimento econômico”.

O material ressalta que o trimestre terminou com março apresentando uma grande inconsistência no mercado, sobretudo no que se refere à diferença entre as taxas de inflação e juros, principalmente nos mercados desenvolvidos.

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A inflação acumulada em 12 meses é de 9,8%¹ na Espanha, 7,9%² nos Estados Unidos e 7,3%³ na Alemanha, ao mesmo tempo em que as taxas de juros nominais nesses países continuam deprimidas, como no caso dos Estados Unidos (1,68% para títulos de 1 ano) ou mesmo negativas, como no caso de muitos países europeus.

A publicação mensal afirma que, apesar de as restrições de oferta trazidas tanto pela Covid-19 quanto pela guerra da Ucrânia serem em grande parte temporárias, as políticas de longo prazo indicam justamente o oposto: um ambiente onde produzir ficará cada vez mais caro na maior parte dos países.

Segundo a carta, algumas das causas devem levar a um ambiente de maior escassez de bens e maior inflação de longo prazo. O custo da transição energética, por exemplo, deverá ser de US$ 3,5 trilhões por ano até 2050, em adição aos US$ 5,7 trilhões já gastos atualmente.

Outro fator importante neste sentido tem sido falta de investimento em commodities. O baixo retorno do último ciclo de investimentos em mineração e nas empresas de xisto levou à troca de executivos e à mudança de foco para rentabilidade, e não crescimento.

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Além disso, a concentração da produção em polos industriais, principalmente na China, gerou importantes ganhos de escala nas últimas décadas. A substituição de importações por produção doméstica, no entanto, deverá gerar ineficiências devido a escala de produção abaixo do nível ótimo. Barros ainda chama atenção para o aspecto do “estoque e da redundância.’

O impacto da Covid-19 e da guerra da Ucrânia nas cadeias de suprimento global mostraram a importância de muitas empresas trabalharem com capital de giro mais elevado. O “just in time” está cedendo espaço para o ‘just in case’”, diz o executivo, acrescentando que os investimentos em commodities deverão permanecer limitados, citando o caso das minas de cobre e níquel.

O portfólio atual da Âmago reflete a visão de que a tendência inflacionária no setor de commodities deverá continuar e de que o alívio no pós-guerra – quando ocorrer – será temporário.

Ao mesmo tempo, a gestora está mais cautelosa com empresas com expectativas de crescimento elevado em um cenário desafiador para PIB, inflação e juros em todo o mundo.

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