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O resultado trimestral divulgado pela Petrobras (PETR3;PETR4) na última quinta-feira (08/08/2024) trouxe números que surpreenderam negativamente o mercado. Mesmo com a valorização do dólar e preço do brent mais caro, a petrolífera registrou o primeiro prejuízo trimestral da companhia desde o terceiro trimestre de 2020.
A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões, revertendo o lucro de R$ 28,7 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.
Desconsiderando o evento não recorrente que foi o acordo bilionário firmado entre a estatal e o governo — que visa encerrar litígios tributários relacionados ao pagamento de afretamento de embarcações – a Petrobras apresentou um lucro de R$ 15,728 bilhões, representando uma queda de 46,5% em relação ao lucro de R$ 29,4 bilhões do ano anterior.
O total de despesas com eventos não recorrentes saltou para R$ 23,009 bilhões, contra R$ 940 milhões de um ano antes (2T23).
Projeções do Mercado
Nos últimos dias, o mercado não esperava um prejuízo, mas sim um lucro menor em comparação ao mesmo período do ano passado, estimado entre R$ 11 bilhões e R$ 14 bilhões.
Essa previsão já considerava o acordo bilionário firmado pela estatal com o governo para resolver litígios tributários relacionados ao pagamento de afretamento de embarcações. Além disso, o mercado também apontava fatores como a valorização do dólar, a queda na produção de petróleo e a defasagem nos preços dos combustíveis como influências nos resultados.
Evidências da Redução da Margem da Petrobras
De acordo com o balanço divulgado, as receitas de vendas da Petrobras, se comparadas com o 1º trimestre de 2024, cresceram 3,9%. Já se comparadas com o mesmo período do ano passado, as receitas de vendas tiveram um incremento de 7,4%.
Contudo, o descompasso das receitas de vendas da companhia com o lucro bruto e o EBITDA chama atenção dos analistas.
Essa discrepância entre o crescimento das receitas de vendas da petrolífera e o lucro bruto e o EBIDTA evidenciam, na opinião de especialistas do mercado, em uma perda de margem da companhia.
Ineficiência da atual gestão
Em matéria divulga na coluna Radar Econômico da revista Veja, um ex-presidente da estatal declarou, sob a condição de anonimato, que “Estão tentando botar a culpa do prejuízo no acordo com o Fisco, mas a verdade é que o maior peso não foi o acordo com o Fisco, pois ali seria apenas saída de caixa”.
Diz o ex-presidente que “O fato é que a produção caiu, não se sabe se por paradas técnicas ou ritmo menor. E continua:
Outra circunstância que chamou bastante atenção foi o fato de a Diretora Executiva de Exploração e Produção, Sylvia Maria Couto dos Anjos, estar de férias – mesmo estando empossada há menos de 2 meses.
De acordo com a própria agenda institucional da Petrobras, a Diretora Sylvia Anjos encontra-se de licença remunerada no período de 01/08 até 13/08.
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