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Argentina alcança superávit fiscal em janeiro, impulsionada por medidas de corte de gastos sob o presidente Milei, desafiando décadas de déficit.
O governo argentino sob liderança do presidente Javier Milei anunciou um superávit fiscal mensal de 589 milhões de dólares em janeiro, o primeiro em quase 12 anos. Esse marco é resultado de medidas severas de austeridade, refletindo a determinação em alcançar o déficit zero. Milei, conhecido por sua agenda econômica de redução do gasto público, enfrenta desafios como a alta inflação e a pobreza persistente.
Presidente ultraliberal Javier Milei lidera Argentina para o primeiro superávit fiscal em 12 anos
Sob a liderança do presidente Javier Milei, o governo argentino anunciou um feito significativo em suas finanças: o primeiro superávit fiscal mensal em mais de uma década.
Esse marco foi alcançado em janeiro, com um saldo positivo de cerca de 589 milhões de dólares, resultado de medidas rigorosas de contenção de gastos. Esta conquista é notável em um país que historicamente enfrentou déficits fiscais persistentes. Milei e sua administração estão empenhados em atingir o déficit zero como prioridade máxima, buscando assim estabilizar a economia argentina. No entanto, o país enfrenta desafios consideráveis, incluindo uma alta taxa de inflação, que atingiu 20,6% em janeiro, e uma alarmante taxa de pobreza de 45%.
Apesar desses obstáculos, Milei expressa otimismo em relação à recuperação econômica, prevendo um retorno ao crescimento em cerca de três meses. Ele atribui essa expectativa à flexibilização das restrições cambiais e ao potencial de uma economia mais aberta.
O sucesso do superávit fiscal em janeiro representa um passo positivo em direção à estabilidade econômica na Argentina, embora o país ainda enfrente desafios consideráveis em seu caminho para a prosperidade sustentável.
Popularidade
Os técnicos certamente comemorarão o bom resultado, mas Milei continuará enfrentando a incerteza da popularidade nos próximos meses. Como reportado pela EXAME, a eleição de Milei teve um impacto notável na Argentina.
No ano passado, apenas 19% dos argentinos acreditavam que o país estava no caminho certo. Após a posse de Milei em dezembro, esse número subiu para 66%, de acordo com dados da Ipsos, uma empresa de pesquisa que opera globalmente.
Jean-Christophe Salles, CEO da Ipsos para a América Latina, explicou à EXAME: “A Argentina passou de ter a menor satisfação entre seis países da região para ter a maior satisfação”.
No entanto, é comum que a empolgação inicial com um novo governo se transforme em frustração com o tempo, à medida que os meses passam e a nova administração não cumpre suas promessas.
“A grande questão é o que acontecerá amanhã. Todos estão com muitas expectativas. Quanto maior a expectativa, maior o risco de decepção. Se as melhorias acontecerem rapidamente, ótimo. Mas haverá um período de tolerância e, em seguida, é necessário ver mudanças e melhorias”, disse Salles.
“Milei afirmou que haverá melhorias na inflação em três ou seis meses. Portanto, o grande desafio é fazer com que os preços parem de subir”, acrescentou.
Em janeiro, o país registrou uma inflação de 20,6%, com um aumento impressionante de 254% em comparação com o ano anterior. Especialistas consultados pelo site Infobae preveem que a inflação em 2024 alcance 296,9%.
Milei revoga medidas burocráticas para fortelecer livre comércio
O governo argentino liderado pelo presidente Javier Milei anunciou a revogação de 69 regulamentações, com o objetivo de reduzir a burocracia, estimular a concorrência e facilitar o comércio entre os cidadãos. De acordo com as novas autoridades, essas regulamentações promoviam uma intervenção excessiva do Estado na economia.
Manuel Adorni, porta-voz da presidência, afirmou que essas regulamentações haviam criado obstáculos para o setor privado devido a controles e burocracias excessivas. A medida está alinhada com o projeto de lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, encaminhado por Milei ao Congresso.
A Secretaria de Comércio, que anteriormente estava envolvida na luta contra a inflação que atingiu 211,4% em 2023, emitiu resoluções relacionadas a controle de preços, abastecimento e requisitos de informações. O novo governo alega que essas medidas prejudicaram a transparência e a livre concorrência no mercado.
Pablo Lavigne, secretário de Comércio, explicou que o objetivo é simplificar o comércio, reduzir a burocracia e evitar que empresas e cidadãos gastem tempo e recursos em informações desnecessárias. Algumas das regulamentações revogadas incluem a comunicação de rótulos e etiquetas para novos produtos, bem como informações detalhadas sobre preços e quantidades vendidas de produtos finais e intermediários. Segundo o novo governo, essas medidas geravam desperdício de recursos e eram usadas para pressionar as empresas.
Além disso, foram revogadas regulamentações relacionadas a preços máximos, ao programa “Precios Cuidados” e ao programa “Precios Justos”. Este último foi encerrado em dezembro de 2023 e, segundo o novo governo, distorcia o sistema de preços, principalmente de alimentos e bebidas.
O programa que promovia o acesso a produtos regionais em grandes supermercados também foi revogado, com o objetivo de que essas políticas sejam implementadas pelos governos provinciais.
Essas revogações representam a primeira fase de revisão, com outras medidas a serem implementadas pela Secretaria de Comércio.
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