- Lucro do Itaú cresce 13,9% e supera projeções, consolidando solidez entre os bancos
- Cogna surpreende com virada histórica, saindo do prejuízo para lucro de R$154 milhões
- Magazine Luiza decepciona investidores, com queda de 62,5% no lucro ajustado
A temporada de balanços segue a todo vapor e movimenta esta sexta-feira com resultados surpreendentes de grandes companhias brasileiras. Enquanto o Itaú confirmou sua robustez ao entregar lucros acima do esperado, outras empresas como Magazine Luiza e Suzano frustraram as projeções dos analistas.
Em meio a esse cenário de contrastes, Cogna se destacou com uma virada histórica, e a Porto segurou o título de campeã de lucratividade.
Confira as ações abaixo:
O Itaú Unibanco (ITUB4) registrou lucro líquido recorrente gerencial de R$11,128 bilhões no primeiro trimestre de 2025, crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O banco superou as expectativas do mercado, que projetavam lucro de R$11 bilhões.
O avanço foi impulsionado pela melhora da margem financeira e pela manutenção da rentabilidade, mesmo diante de um ambiente de crédito mais restrito e provisões elevadas. No trimestre, o crescimento foi de 2,2%.
Já o Magazine Luiza (MGLU3) apresentou um resultado decepcionante. A varejista viu seu lucro líquido ajustado despencar 62,5% em relação ao primeiro trimestre de 2024, atingindo apenas R$11,2 milhões.
A empresa atribuiu a queda ao ambiente macroeconômico ainda desafiador, com menor poder de compra do consumidor. E, ainda, à necessidade de foco e disciplina na gestão. O número ficou bem abaixo da expectativa média dos analistas, que esperavam R$21,4 milhões.
Entre as gigantes do setor de base, a Suzano (SUZB3) também ficou aquém das projeções. Apesar de registrar um Ebitda ajustado de R$4,87 bilhões (alta de 7% em relação ao 1T24), o número veio abaixo do esperado pelo mercado, que projetava R$5,77 bilhões. A empresa foi impactada pela queda nos preços internacionais da celulose, mesmo com aumento nas vendas.
A Alupar (ALUP11), do setor de energia, registrou lucro líquido de R$140 milhões sob o regime regulatório, recuo de 9% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. No padrão IFRS, o lucro avançou 17,2%, somando R$298,8 milhões. O Ebitda regulatório subiu 2,5%, enquanto o Ebitda IFRS cresceu 14,9%.
Demais ações
A Cemig (CMIG4) reportou lucro líquido de R$1,038 bilhão, queda de 9,9% na comparação anual, pressionada pela diferença de preços entre submercados, que afetou a comercialização de energia. O Ebitda ajustado também caiu, recuando 9,6%, para R$1,799 bilhão.
A grande surpresa positiva veio da Cogna (COGN3). A companhia de educação reverteu o prejuízo de R$8,5 milhões registrado no 1T24 e entregou lucro líquido de R$95,1 milhões.
Ajustado, o lucro chegou a R$154 milhões, no entanto, alta de 205,7% em relação ao ano anterior. O Ebitda ajustado atingiu R$556 milhões, com margem de 34,2%, reforçando a retomada da rentabilidade. Segundo o CEO Roberto Valério, a empresa entra agora em uma fase de lucros sustentáveis e já se prepara para distribuir dividendos.
Outro destaque positivo foi o Grupo Porto (PSSA3), que bateu recorde de lucro no trimestre. A empresa, portanto, lucrou R$832,3 milhões, uma alta de 28% em relação ao 1T24. E, viu a receita crescer 15%, totalizando R$9,9 bilhões. As unidades Porto Saúde e Porto Bank ganharam participação, embora a Porto Seguro ainda represente 42% do total.
Já a B3 (B3SA3), operadora da Bolsa, manteve seus resultados praticamente estáveis. O lucro líquido recorrente, no entanto, ficou em R$1,13 bilhão, ligeiramente abaixo das expectativas de R$1,16 bilhão, segundo dados da LSEG. A estabilidade sinaliza resiliência, mas também limita entusiasmo do mercado.