Bolsa brasileira atropela expectativas e aponta para nova máxima histórica

• Índice fecha acima dos 138 mil pontos e acumula alta de mais de 15% em 2025
• XP estima Ibovespa em 149 mil pontos até o fim do ano que vem; Bradesco BBI destaca “excepcionalismo” do Brasil na América Latina
• Estabilização do câmbio, queda de juros e resultados robustos de empresas impulsionam o mercado

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, vive um momento de euforia que poucos analistas projetavam no início do ano. Nesta terça-feira (13), o índice cravou dois recordes históricos: fechou com alta de 1,76%, aos 138.963,11 pontos, a maior pontuação de encerramento da história, e chegou a 139.418,97 pontos na máxima intradiária

Assim, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 139 mil pontos. No acumulado de 2025, o Ibovespa já sobe 15,5%, deixando para trás o ceticismo que marcava o início do ano.

Segundo analistas de mercado, a virada positiva no cenário interno e global tem sido decisiva para esse avanço surpreendente. A combinação entre a queda das taxas futuras de juros, a estabilização do câmbio e a forte entrada de capital estrangeiro elevou o apetite por ativos brasileiros.

Além disso, investidores globais têm se movimentado em busca de oportunidades fora dos Estados Unidos, impulsionando os mercados emergentes e o Brasil se destaca nesse novo ciclo.

Visão otimista

A XP Investimentos reforçou sua visão otimista em relatório recente. A corretora avalia que as ações brasileiras continuam subvalorizadas, mesmo com a valorização recente. E, projeta que o Ibovespa pode atingir os 149 mil pontos até o final de 2025.

A equipe de estratégia da casa destaca que o Brasil se tornou um “vencedor relativo” entre os emergentes, posição reforçada por conversas com investidores institucionais em Londres. No entanto, que demonstraram crescente interesse no mercado brasileiro.

O Bradesco BBI também elevou sua alocação no Brasil dentro da América Latina. O banco destacou o “excepcionalismo” da região em 2025, apontando que, em média, os mercados latino-americanos apresentam o melhor desempenho do mundo neste ano. No entanto, mesmo dentro desse contexto, o Brasil aparece como destaque absoluto, com fundamentos sólidos, crescimento econômico moderado e empresas entregando resultados robustos.

Outro ponto que fortalece a confiança do investidor são os balanços corporativos. Empresas de peso têm superado expectativas, o que colabora para sustentar o movimento de alta do índice.

A percepção de que o ambiente político e fiscal está mais controlado também contribui para o clima de otimismo. O mercado, inclusive, passou a ver com mais clareza a possibilidade de avanços em reformas econômicas e fiscais que podem consolidar o bom momento.

Mesmo com riscos macroeconômicos no radar, como o cenário externo instável e pressões fiscais internas, a maioria dos analistas acredita que o momento positivo do Ibovespa não é pontual. Eles enxergam espaço para mais valorização, principalmente diante da rotação de portfólio que favorece ativos descontados, como os brasileiros.

A força da Bolsa brasileira em 2025 já é um marco, e, para muitos especialistas, o rally está longe do fim. Se o cenário doméstico continuar favorável e o fluxo estrangeiro persistir, os próximos recordes podem ser apenas uma questão de tempo.