Abaixo do esperado

IPCA: queda no preço do ovo e mais alimentos faz inflação desacelerar em maio

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,32%, abaixo da mediana de 5,40%

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IPCA: queda no preço do ovo e mais alimentos faz inflação desacelerar em maio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal termômetro da inflação no Brasil, subiu 0,26% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número veio abaixo do esperado pelo mercado e foi puxado pela conta de luz que disparou, mas os preços dos alimentos recuaram e evitaram uma inflação mais alta.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,32%, também abaixo da mediana de 5,40% projetada por 19 economistas consultados pela Reuters. Em abril, o IPCA havia subido 0,43%.

O que puxou a inflação para cima?

O grupo Habitação foi o grande destaque de alta em maio, com variação de 1,19% e impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.

O principal responsável por esse movimento foi o aumento de 3,62% na energia elétrica residencial, revertendo a queda de 0,08% observada em abril.

O reajuste foi impulsionado por mudanças na bandeira tarifária, com a adoção da bandeira amarela — que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos — e pelo aumento das alíquotas de PIS/COFINS em algumas regiões.

A energia sozinha respondeu por mais da metade da inflação de maio.

Além do reajuste em algumas áreas pesquisadas e da alta nas alíquotas, a cobrança extra da bandeira amarela foi decisiva para o salto na conta de luz”, explicou Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IPCA.

E o que segurou a inflação?

O freio da inflação veio, principalmente, da desaceleração nos preços dos alimentos, que subiram apenas 0,17% em maio, contra 0,82% em abril — a menor alta mensal desde agosto de 2024. O grupo teve impacto modesto de 0,04 p.p. no IPCA.

Essa trégua veio com a queda expressiva em itens essenciais da cesta básica, como:

  • Tomate: -13,52%
  • Arroz: -4,00%
  • Ovo de galinha: -3,98%
  • Frutas: -1,67%

Por outro lado, alguns itens registraram forte alta:

  • Batata-inglesa: +10,34%
  • Cebola: +10,28%
  • Café moído: +4,59%
  • Carnes: +0,97%

“O tomate caiu por causa do avanço da safra de inverno, que aumentou a oferta. Já a batata-inglesa, com safra ainda insuficiente, ficou mais cara. A cebola, por sua vez, sofreu influência da importação da Argentina, que encareceu o produto”, detalhou Gonçalves.

Transportes: mais um alívio inesperado

Outro fator que ajudou a conter o IPCA foi o grupo Transportes, com queda de 0,37%. A desaceleração nesse grupo ajudou a compensar o choque da energia elétrica.

Três grupos, mais da metade do IPCA

Os grupos Alimentação e Bebidas, Habitação e Transportes representam, juntos, 57% da composição do IPCA. A movimentação dos preços nesses três grupos explica boa parte da oscilação mensal.

“A queda nos preços dos alimentos e o recuo nos transportes compensaram o impacto negativo da energia elétrica, suavizando o índice geral”, resumiu Gonçalves.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.