- BTG revisa preço-alvo de PRIO3 para R$ 65, mas mantém visão otimista com potencial de alta de 66%
- Aquisição do campo de Peregrino deve impulsionar geração de caixa da empresa com payback em menos de três anos
- Perspectiva de forte retorno aos acionistas, com FCFE de 64% entre 2026 e 2027 e possível início de dividendos consistentes a partir de 2027
A Prio (PRIO3), uma das principais petroleiras independentes do Brasil, continua no radar do mercado como uma das apostas mais promissoras da Bolsa, mesmo diante de ajustes conservadores.
O BTG Pactual reduziu o preço-alvo das ações da companhia de R$ 68 para R$ 65, mas ainda assim projeta um potencial de valorização expressivo de 66% em relação ao último fechamento, de R$ 39,20.
A revisão reflete atualizações nas estimativas do banco após a aquisição de 60% restantes do campo de Peregrino. Contudo, um movimento estratégico de US$ 3,5 bilhões que deve turbinar os resultados da empresa nos próximos anos.
Cautela no cenário
Segundo o BTG, apesar da cautela adotada com o cenário do petróleo, o banco agora trabalha com uma cotação de longo prazo de US$ 65 por barril, contra US$ 70 anteriormente. O momento desfavorável das ações representa uma chance rara para investidores.
“Vemos o desempenho recente abaixo da média da Prio (-25% em dólares nos últimos 12 meses) como uma oportunidade. A ação oferece um dos perfis de risco-retorno mais atrativos de nossa cobertura”, afirmaram os analistas Luiz Carvalho e Henrique Pérez.
Os analistas estimam que a Prio alcance um Ebitda de US$ 1,7 bilhão em 2025 e US$ 3,1 bilhões em 2026. Já o fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) deve sair de um patamar negativo de US$ 822 milhões no próximo ano para US$ 1,3 bilhão em 2026.
O banco calcula um rendimento de FCFE de 64% entre 2026 e 2027, assim, um percentual robusto, que pode indicar forte capacidade de retorno ao investidor no médio prazo.
Apesar da magnitude do investimento em Peregrino, o BTG ressalta que o ativo já se encontra em fase de geração de caixa. O payback da transação, o tempo necessário para recuperar o capital investido, está estimado em menos de três anos. Contudo, o que reforça a visão de que a aquisição foi acertada.
Além disso, a empresa segue comprometida em reduzir custos operacionais e elevar a eficiência dos ativos, estratégia que pode acelerar ainda mais os ganhos.
Os analistas também mencionam como ponto positivo a capacidade da Prio de lidar com desafios regulatórios. A companhia tem se antecipado na obtenção de licenças ambientais, com destaque para os avanços no campo de Albacora Leste. A postura proativa da petroleira em questões regulatórias e operacionais contribui para aumentar a confiança do mercado em seu plano de crescimento.
Outro fator de otimismo é a possibilidade de a empresa começar a distribuir dividendos de forma “consistente” a partir de 2027. O banco não descarta uma produção acima do esperado nos ativos adquiridos. Dessa forma, o que pode gerar ainda mais fluxo de caixa nos próximos anos.
Apesar dos riscos envolvidos, como a volatilidade nos preços do petróleo e eventuais entraves regulatórios, o BTG reforça que a Prio permanece como uma das principais oportunidades da Bolsa brasileira no segmento de energia.