- Companhia consolida sua estratégia de virar uma ‘bitcoin treasury company’ e entra no top 50 global de empresas com mais bitcoins
- Papel salta de R$ 3,26 para R$ 8,35 e volume diário salta de R$ 4 milhões para R$ 45 milhões após mudança de estratégia
- Receita cresce 22%, EBITDA triplica e empresa segue gerando caixa, apesar da decisão agressiva de alocar tudo em cripto
A Méliuz surpreendeu o mercado financeiro nesta quinta-feira (16) ao anunciar uma nova e agressiva movimentação: a compra de mais R$ 160,8 milhões em bitcoin, o que representa praticamente todo o seu caixa disponível.
Com isso, a empresa consolida sua transição para um novo modelo de negócio, buscando se tornar uma autêntica ‘bitcoin treasury company’. Dessa forma, nos moldes da norte-americana Microstrategy, referência no setor.
A aquisição desta quinta-feira soma-se à primeira investida da empresa na criptomoeda, feita há dois meses. Quando foram comprados R$ 24 milhões em bitcoin. Agora, com a nova operação, a Méliuz detém um total de 320 bitcoins em seu balanço, o que a coloca como a 42ª maior empresa detentora de bitcoin do mundo.
A compra mais recente foi realizada a um preço médio de US$ 103,6 mil por bitcoin, valor muito próximo da cotação atual.
Decisão estratégica
Segundo o chairman e fundador da Méliuz, Israel Salmen, a decisão estratégica foi desenhada para atrair um novo perfil de investidor.
“Tem muita gente nova entrando na ação por conta dessa estratégia. Atraímos a atenção do público cripto, que é muito maior do que o de Bolsa”, afirmou ele ao Brazil Journal.
“Tem umas 20 milhões de pessoas investindo em cripto no Brasil hoje, contra apenas 5 milhões que investem em ações.”
O mercado reagiu com entusiasmo à nova postura da companhia. Desde a primeira compra de bitcoin, as ações da Méliuz saltaram de R$ 3,26 para R$ 8,35, uma valorização superior a 150%.
O volume médio de negociação também explodiu. Saindo de R$ 4 milhões por dia para R$ 45 milhões. Assim, um reflexo direto da migração de investidores de cripto para o papel.
Com a nova aquisição, a empresa reduziu sua posição de caixa para apenas R$ 60 milhões, valor suficiente para cobrir suas despesas operacionais pelos próximos seis meses mesmo sem geração de receita.
Os acionistas, portanto, aprovaram a estratégia de alocação em assembleia hoje à tarde e também concederam o direito de recesso no valor de R$ 3,93 por ação.
Com olho no futuro
Israel Salmen declarou que a Méliuz usará todo o caixa das operações para comprar mais bitcoin. A companhia também não descarta realizar follow-ons ou emissões de dívida conversível para financiar futuras aquisições da criptomoeda.
O modelo segue os passos da Microstrategy, empresa norte-americana que lidera o ranking global com 568,8 mil bitcoins em caixa e vale US$ 110 bilhões na Nasdaq.
Para reforçar a credibilidade da nova fase, a Méliuz aproveitou o anúncio para divulgar seus resultados do primeiro trimestre de 2025. A empresa, no entanto, reportou receita líquida de R$ 100 milhões. Contudo, um crescimento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O EBITDA chegou a R$ 17,8 milhões, praticamente três vezes maior do que o resultado de um ano atrás. Enquanto, a geração de caixa operacional ficou em R$ 9 milhões.
Com a nova estratégia, a Méliuz passa a atuar em um espaço híbrido entre tecnologia, fintech e criptofinanças. Até pouco tempo, o mercado enxergava a empresa como apenas mais uma companhia de cashback. Portanto, agora ela se destaca como uma das protagonistas do mercado cripto no Brasil.
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