
- Desaprovação ao governo Lula sobe e atinge maior patamar do terceiro mandato
- Avaliação negativa supera 48% e aprovação cai para menos de 40%
- Bolsonaro aparece na liderança em cenários de 1º e 2º turnos para 2026
A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o maior índice de seu terceiro mandato, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta quarta-feira (23).
O estudo mostra que 57,4% dos brasileiros desaprovam a gestão atual, enquanto apenas 39,2% aprovam. Outros 3,4% dos entrevistados disseram não saber ou preferiram não responder.
Os números indicam uma tendência crescente de desgaste para o governo petista. Em janeiro de 2025, 50,4% dos entrevistados desaprovavam Lula. Em quatro meses, a desaprovação aumentou sete pontos percentuais.
Já a aprovação, que estava em 42%, caiu quase três pontos, evidenciando um movimento claro de frustração entre eleitores que antes viam com otimismo o retorno de Lula ao Palácio do Planalto.
O levantamento também detalha a avaliação qualitativa do governo. Mais da metade dos brasileiros considera a gestão negativa, sendo que 36,7% a classificam como “péssima” e 11,3% como “ruim”.
Os que consideram o governo “bom” somam 18,8%, enquanto apenas 7,8% o avaliam como “ótimo”. Já 24,4% avaliam o governo como “regular”, e 1% não souberam opinar.
A pesquisa ouviu 2.020 pessoas entre os dias 16 e 19 de abril, em 160 municípios dos 27 estados brasileiros. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.
Bolsonaro lidera corrida presidencial
Na véspera da divulgação sobre a aprovação do governo, o Paraná Pesquisas também revelou os primeiros cenários para a eleição presidencial de 2026. Mesmo inelegível no momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece como líder na disputa pelo Palácio do Planalto.
Na simulação estimulada com seis candidatos, Bolsonaro registrou 38,5% das intenções de voto, contra 33,3% de Lula. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), surge na terceira posição, com 9,7%. Os demais nomes incluídos na disputa somam menos de 20% juntos.
Num segundo cenário testado, o instituto substituiu Bolsonaro por sua esposa, Michelle Bolsonaro, que surge com 31,7% das intenções de voto.
Neste caso, ela empata tecnicamente com Lula, que aparece com 33,7%, dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais. A movimentação reforça a força do bolsonarismo como força eleitoral, mesmo com a atual inelegibilidade do ex-presidente.
Tensão entre lulismo e bolsonarismo se intensifica
A queda de popularidade de Lula e o crescimento de Bolsonaro nas pesquisas reacendem a disputa entre os dois principais polos políticos do país. Enquanto o atual presidente busca ampliar os investimentos em programas sociais e retomar a agenda econômica com foco em crescimento e redistribuição de renda, Bolsonaro colhe frutos de um eleitorado que ainda demonstra fidelidade à sua gestão passada.
A avaliação negativa da atual gestão reflete também os desafios econômicos enfrentados pelo país, como inflação resistente, juros elevados e desemprego persistente em algumas regiões. Além disso, a tensão constante entre o governo federal e o Congresso Nacional tem dificultado a articulação política de Lula.
Apesar de sua inelegibilidade, Bolsonaro permanece como principal nome da oposição. E, assim, se liberado pela Justiça Eleitoral, poderá disputar em condições competitivas.
Já Lula terá de enfrentar não apenas a rejeição crescente, mas também a tarefa de reanimar uma base que demonstra desconfiança com os rumos do governo.
O cenário de polarização segue firme, e os próximos meses devem indicar se haverá espaço para novas candidaturas ganharem protagonismo. Ou se o embate Lula versus Bolsonaro continuará a definir os rumos da política nacional.