Economia nacional

Haddad diz que é "muito fácil aumentar imposto no Brasil"

Em audiência tensa na Câmara, ministro da Fazenda acusa oposição de fugir do debate e responsabiliza gestão anterior por gastos extras com educação.

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  • Haddad reconheceu que aumentar impostos é “muito fácil”, mas defendeu corrigir distorções no sistema tributário em vez de simplesmente elevar as alíquotas.
  • Ministro culpou decisão tomada no governo Bolsonaro pelo aumento de até R$ 70 bilhões no Fundeb a partir de 2026.
  • Deputados da oposição trocaram ofensas com Haddad, o que levou ao encerramento da audiência e à edição da taquigrafia.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que “é muito fácil aumentar impostos no Brasil. Nesse sentido, ele reforçou que o governo atual optou por corrigir as falhas do sistema tributário ao invés de elevar alíquotas.

Além disso, culpou o governo Bolsonaro pela pressão adicional nas contas públicas causada pelo aumento da participação federal no Fundeb, que começará a impactar o orçamento em 2026. A sessão terminou em clima tenso após confrontos com parlamentares da oposição.

Governo evita aumentar impostos e foca em correção tributária

Durante o debate sobre a reforma do Imposto de Renda em andamento no Congresso Nacional, Haddad destacou que muitos governos anteriores optaram pelo caminho mais fácil: subir impostos. Entretanto, ele explicou que a equipe econômica atual prefere ajustar o sistema tributário para garantir uma arrecadação mais justa e sustentável.

Em vez de aumentar as alíquotas, decidimos corrigir as distorções do sistema e assegurar recursos compatíveis com as obrigações do Estado”, afirmou o ministro. Para ele, grande parte dos compromissos financeiros não foi criada pelo atual governo, o que dificulta o equilíbrio fiscal.

O ministro também comentou que a equipe está revisando o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após repercussão negativa. Esse movimento visa evitar impactos desnecessários e melhorar o ambiente econômico.

Ampliação do Fundeb gera impacto financeiro significativo

Haddad citou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) como exemplo claro da pressão sobre o orçamento público. Segundo ele, o aumento da participação da União no fundo, decidido em 2021 durante o governo Bolsonaro, deverá elevar os gastos federais em até R$ 70 bilhões a partir de 2026.

“O Congresso decidiu triplicar os repasses federais ao Fundeb. Embora essa medida beneficie a educação, ela aumenta significativamente as despesas públicas”, explicou o ministro. Ele enfatizou que o governo honrará esse compromisso, pois a prioridade em educação é essencial.

Além disso, Haddad ressaltou que a reforma tributária busca distribuir a carga fiscal de forma mais equitativa, evitando onerar demais os contribuintes.

Audiência termina em confronto entre Haddad e oposição

O debate esquentou quando os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) se retiraram da sessão após criticar duramente a política econômica do governo. Haddad classificou a atitude como “molecagem” e acusou os parlamentares de evitar o diálogo.

“Não consigo debater com quem foge do debate e prefere a gritaria. Essas atitudes não ajudam o país”, afirmou o ministro. Em resposta, Jordy chamou Haddad de “moleque”, provocando troca de insultos que foram excluídos das atas da audiência após intervenção de outro deputado.

Portanto, apesar do clima, Haddad conseguiu apresentar os argumentos do governo, destacando o compromisso com a responsabilidade fiscal e a justiça tributária.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.