
- Haddad acredita que a inflação em 2025 será menor do que a projetada pelo mercado.
- O ministro criticou as tarifas impostas pelos EUA à América do Sul, classificando-as como distorcidas.
- Ele defendeu equilíbrio entre responsabilidade fiscal, justiça comercial e previsibilidade econômica.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou confiança na redução da inflação em 2025, contrariando as previsões do mercado. Durante entrevista, ele também criticou a postura dos Estados Unidos na política comercial, relembrando declarações de um ex-secretário do governo Trump, que reconheceu a imposição de tarifas sobre a América do Sul como uma “anomalia”. Com isso, o ministro busca fortalecer a imagem do Brasil como um país comprometido com responsabilidade fiscal e alinhado com um comércio mais justo.
Inflação sob controle com medidas fiscais
Fernando Haddad afirmou que o governo trabalha com estimativas mais otimistas para a inflação de 2025 do que as apresentadas pelo mercado. Durante sua fala em evento do Bradesco BBI, ele reforçou que a política fiscal brasileira segue firme, com medidas que já produzem efeitos. Segundo ele, a credibilidade das contas públicas ainda está em formação, mas os resultados começam a aparecer com clareza.
Além disso, o ministro argumentou que muitos analistas ainda não captaram a dimensão completa das ações adotadas. Ele destacou que, à medida que o Congresso aprovar as propostas econômicas, os indicadores vão refletir essa mudança. Com base nesse cenário, Haddad acredita que o país pode alcançar uma trajetória de crescimento com estabilidade de preços.
Nesse sentido, outro ponto ressaltado por ele envolve o fortalecimento da confiança dos investidores. De acordo com Haddad, o Ministério da Fazenda atua com transparência, base técnica e compromisso com metas reais. Esse tripé, segundo ele, tende a consolidar um ambiente macroeconômico mais previsível, algo essencial para atrair investimentos e manter a inflação sob controle.
Críticas à política comercial dos EUA
Haddad também abordou a política comercial dos Estados Unidos. Segundo ele, até mesmo o secretário de Comércio da gestão Trump reconheceu que impor tarifas sobre produtos da América do Sul representava uma “anomalia”. O ministro usou essa lembrança para reforçar o alerta sobre práticas protecionistas, que prejudicam a competitividade de países em desenvolvimento.
Além disso, ele enfatizou que o Brasil deve defender um comércio global baseado em regras justas. Para Haddad, a postura adotada por Washington naquela ocasião sinaliza os riscos de decisões unilaterais. Além disso, ele alertou sobre a possibilidade de um retorno a esse tipo de conduta caso o protecionismo volte ao centro da política externa americana.
Por isso, o ministro considera essencial que o Brasil mantenha diálogo diplomático constante com seus parceiros comerciais. Ele explicou que medidas arbitrárias, como as tarifas impostas por Trump, enfraquecem o sistema multilateral de comércio. Haddad afirmou que o país precisa estar pronto para se posicionar diante dessas tensões com firmeza e racionalidade.
Caminho para estabilidade econômica
Haddad também analisou o cenário macroeconômico atual. Apesar das incertezas externas, ele garantiu que o Brasil segue fortalecido. O ministro citou o avanço da nova âncora fiscal como um passo fundamental para assegurar previsibilidade nas contas públicas e estabilidade monetária nos próximos anos.
Ademais, ele reiterou que o governo federal atua para encontrar equilíbrio entre investimento social e responsabilidade fiscal. Segundo Haddad, esse esforço exige articulação política no Congresso e compromisso com metas realistas. O ministro disse que, ao atingir esse equilíbrio, o país poderá retomar um ciclo sustentável de crescimento.
Por fim, Haddad reforçou que a interlocução com o setor produtivo e com a sociedade civil permanece aberta. Ele reconheceu que o cenário exige ajustes contínuos, mas afirmou que a direção adotada pela equipe econômica aponta para soluções duradouras. Dessa forma, acredita que o Brasil chegará a 2025 com inflação controlada, credibilidade fiscal e melhor inserção no comércio internacional.