Venda bilionária

OnlyFans deve ser negociado por US$ 8 bilhões

Forest Road lidera negociações pela plataforma de conteúdo adulto; cifras bilionárias contrastam com denúncias e resistências do setor financeiro.

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Crédito: Depositphotos
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  • OnlyFans pode ser vendido por US$ 8 bilhões, mas enfrenta obstáculos relacionados a denúncias e reputação.
  • Forest Road lidera a negociação, mas há outros interessados e possibilidade de abertura de capital.
  • Histórico de conteúdos ilegais dificulta o envolvimento de grandes instituições financeiras.

Em meio a polêmicas e lucros estratosféricos, a plataforma OnlyFans pode ser vendida por cerca de US$ 8 bilhões. A Forest Road, empresa de investimentos de Los Angeles, lidera as negociações. A possível transação reacende discussões sobre ética, regulação e o futuro do conteúdo adulto na internet.

Crescimento veloz atrai o mercado

Embora tenha começado com uma proposta modesta em 2016, o OnlyFans ganhou projeção global durante a pandemia. Ao conectar criadores e consumidores de conteúdo adulto, a plataforma revolucionou o modelo de monetização online. Como consequência, a Fenix International Ltd, dona do serviço, entrou no radar de grandes investidores.

Atualmente, as negociações para venda estão sendo lideradas pela Forest Road Company, sediada em Los Angeles. De acordo com fontes da Reuters, o valor estimado da transação é de US$ 8 bilhões. Para se ter uma ideia, a receita anual da empresa saltou de US$ 375 milhões em 2020 para US$ 6,6 bilhões até novembro de 2023.

Além disso, o sistema de comissões da plataforma — que retém 20% dos ganhos dos criadores — mostrou-se altamente lucrativo. Dessa forma, o OnlyFans consolidou sua posição entre as empresas digitais mais rentáveis do setor de entretenimento.

Obstáculos éticos e reputacionais

Apesar do sucesso financeiro, o negócio enfrenta barreiras significativas. Conforme revelou uma série investigativa da Reuters em 2023, a plataforma abriga casos documentados de pornografia não consensual e abuso sexual infantil. Esse histórico tem afugentado grandes bancos e fundos de investimento.

Consequentemente, a devida diligência exigida em operações de aquisição se torna mais complexa. Várias fontes confirmaram que o conteúdo problemático pode comprometer o interesse de instituições mais conservadoras. Isso explica por que, apesar da rentabilidade, o OnlyFans permanece à margem do mercado financeiro tradicional.

Outro ponto delicado envolve seu proprietário, Leonid Radvinsky. O empresário ucraniano-americano comprou a plataforma em 2018 e, segundo registros britânicos, distribuiu a si mesmo pelo menos US$ 1 bilhão em dividendos nos últimos três anos. Contudo, sua localização atual é desconhecida, o que contribui para a aura de incerteza em torno da empresa.

Venda não é única opção

Além da proposta liderada pela Forest Road, a Fenix International mantém diálogo com outros possíveis compradores. Segundo fontes próximas, as conversas ocorrem desde março. É possível que um acordo seja fechado nas próximas semanas, embora nada esteja garantido.

Paralelamente, uma alternativa que ganha força é a realização de uma oferta pública inicial (IPO). Três fontes confirmaram que essa possibilidade está sendo seriamente considerada. Vale lembrar que a própria Forest Road tentou abrir o capital do OnlyFans por meio de uma SPAC em 2022.

A Forest Road tem histórico de investimentos em mídia, energia renovável e ativos digitais. Fundada em 2017, expandiu sua atuação em 2024 ao adquirir uma fatia majoritária do ACF Investment Bank. Além disso, mantém presença na Fórmula E, reforçando seu portfólio diversificado.

Ainda assim, tanto o OnlyFans quanto a Forest Road recusaram-se a comentar oficialmente sobre o andamento das negociações.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.

Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.