
- Trump declarou estar disposto a se reunir pessoalmente com Xi Jinping para negociar o fim das tensões comerciais.
- A China havia subido as tarifas em 84%; Em resposta, os EUA impuseram tarifas de 125% sobre produtos chineses.
- A proposta de diálogo trouxe leve alívio aos mercados, mas não há resposta oficial da China até agora.
Durante uma coletiva na Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que está disposto a se encontrar pessoalmente com Xi Jinping para discutir as tensões comerciais entre os dois países.
O gesto ocorre após uma série de aumentos tarifários que impactaram o comércio global. Até agora, Pequim não respondeu oficialmente à proposta.
Trump sinaliza abertura para diálogo direto com Xi Jinping
O presidente Donald Trump declarou nesta quarta-feira (9) que está “totalmente disposto” a se reunir pessoalmente com o líder chinês, Xi Jinping, para discutir o impasse comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A afirmação foi feita durante entrevista à imprensa na Casa Branca, em que ele defendeu a necessidade de um “acordo justo” entre os dois países, mas alertou que os Estados Unidos “não aceitarão condições desfavoráveis novamente”. Segundo Trump, o contato pessoal com Xi poderia facilitar um entendimento:
“O presidente Xi é alguém que respeito. Se ele quiser conversar, estarei pronto para sentar com ele”, afirmou.
Desse modo, a proposta de reunião ocorre após semanas de tensões crescentes, marcadas por anúncios sucessivos de tarifas de ambos os lados.
EUA aumentam tarifas e pressionam China por acordo
Nos últimos dias, o governo dos Estados Unidos elevou as tarifas sobre produtos chineses para 125%, abrangendo setores como tecnologia, aço, maquinário e têxteis.
Nesse sentido, a justificativa da Casa Branca foi a suposta falta de reciprocidade nas relações comerciais e a manutenção de práticas consideradas desleais por parte de Pequim.
Certamente, Trump anunciou a medida como uma forma de reequilibrar a balança comercial, afirmando que a China “há anos se aproveita do sistema global”.
Portanto, o impacto foi imediato nos mercados internacionais, com bolsas operando em queda e investidores buscando ativos considerados mais seguros.
China reage com tarifas e silêncio diplomático
No início do dia, o governo chinês havia lançado retaliações comerciais que incluem tarifas de até 84% sobre produtos norte-americanos.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que os EUA estão “minando a estabilidade do comércio global” e agindo unilateralmente.
Até o momento, Pequim não respondeu à proposta de diálogo direto feita por Trump. Fontes ligadas ao governo chinês indicaram que qualquer possibilidade de encontro dependerá da suspensão parcial das tarifas americanas e de garantias de boa-fé nas negociações.
Mercados globais reagem com cautela à sinalização de Trump
A fala de Trump sobre a possibilidade de reunião com Xi Jinping trouxe algum alívio momentâneo aos mercados. O índice Nasdaq, que vinha operando em queda, subiu 1,2% após o pronunciamento.
O Dow Jones e o S&P 500 também registraram leve recuperação. Na Ásia, no entanto, a Bolsa de Xangai fechou em queda de 0,9%, refletindo a cautela dos investidores chineses.
Segundo analistas da Bloomberg, a abertura para diálogo é um sinal positivo, mas a ausência de uma resposta formal da China ainda gera incertezas.
“A tensão está no ponto mais alto desde 2018. Um encontro entre os líderes pode destravar soluções, mas tudo depende da disposição real de ambos os lados”, avalia a economista-chefe Olivia Zhang.
Cenário diplomático e impacto geopolítico
Especialistas em relações internacionais consideram a proposta de Trump como parte de uma estratégia para mostrar disposição ao diálogo sem recuar nas medidas.
“É uma tentativa de manter pressão sobre a China e, ao mesmo tempo, mostrar-se conciliador para o eleitorado e aliados”, afirma o pesquisador sênior da Brookings Institution, Daniel Hughes.
A possibilidade de um encontro entre Trump e Xi ganha destaque em um momento de grande volatilidade política. Além do comércio, temas como segurança cibernética, direitos humanos e o papel da China no Sudeste Asiático também compõem a pauta sensível entre as duas potências.
Enquanto isso, países como Alemanha, França e Brasil acompanham de perto os desdobramentos, avaliando seus próprios riscos diante de uma possível desaceleração no comércio global. O Brasil, em particular, teme impactos nas exportações de commodities, caso a demanda chinesa sofra retração prolongada.