Alerta Ligado

FMI vê freio na economia e rebaixa projeções do PIB brasileiro para 2025 e 2026

A revisão das projeções de crescimento pelo FMI destaca os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil e a importância de políticas eficazes para impulsionar o desenvolvimento sustentável.

2020 03 25t183005z 1 lynxmpeg2o254 rtroptp 3 macro fmi alivio.jpg
2020 03 25t183005z 1 lynxmpeg2o254 rtroptp 3 macro fmi alivio.jpg
  • O FMI reduziu as projeções de crescimento do PIB do Brasil para 2% em 2025 e 2026, refletindo preocupações com a economia global e fatores domésticos.
  • A revisão está ligada a desafios como inflação elevada, políticas comerciais protecionistas e condições financeiras mais restritivas.
  • Economistas destacam a necessidade de reformas estruturais para melhorar as perspectivas de crescimento do país.

O Fundo Monetário Internacional reduziu as expectativas de crescimento do Brasil para 2% nos próximos dois anos. Sendo assim, a revisão acende um sinal de alerta para a política econômica e intensifica os debates sobre produtividade, investimentos e reformas.

Projeções revisadas e alerta global

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira (22) a redução de suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 e 2026. A nova estimativa prevê uma alta de apenas 2% em ambos os anos, abaixo das expectativas anteriores de 2,2% e 2,1%, respectivamente.

Segundo o relatório World Economic Outlook, a revisão reflete uma combinação de fatores internos e externos. O Fundo citou o enfraquecimento da demanda global, o aperto nas condições financeiras e a lentidão nas reformas estruturais como alguns dos principais elementos..

Embora tenha mantido a projeção para 2024 em 2,2%, analistas destacam que a tendência é de desaceleração. A perda de ritmo preocupa o mercado e reforça a urgência de ações concretas para impulsionar a produtividade e atrair investimentos.

Além disso, o FMI chamou atenção para os riscos fiscais. Com o cenário de desaceleração econômica, a arrecadação pode sofrer impactos, dificultando o cumprimento das metas estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal.

Fatores domésticos em pauta

Internamente, os entraves ao crescimento incluem a baixa taxa de investimento público e privado, a rigidez do mercado de trabalho e a complexidade tributária. Esses elementos continuam a dificultar um salto de produtividade sustentável.

Apesar de avanços pontuais, como a reforma tributária em tramitação, o ritmo de implementação ainda é considerado lento. Economistas apontam que a melhora no ambiente de negócios depende da execução efetiva das mudanças estruturais propostas.

Além disso, o governo enfrenta limitações orçamentárias. A busca por equilíbrio fiscal, por meio de cortes e aumento de receitas, restringe a capacidade do Estado de estimular a economia com investimentos diretos.

O setor industrial, por sua vez, segue pressionado por juros altos e uma taxa de câmbio instável. Essa combinação reduz a competitividade internacional e encarece os custos de produção, dificultando a expansão.

Impactos e reações do mercado

A revisão do FMI provocou reações imediatas no mercado financeiro. Analistas destacam que a projeção mais tímida afeta a confiança de investidores estrangeiros, principalmente em relação ao longo prazo.

Apesar disso, o Brasil segue com indicadores de inflação sob controle e reservas internacionais robustas. Esses fatores ajudam a reduzir os riscos em um ambiente externo ainda incerto e com juros elevados em economias avançadas.

O Banco Central também monitora o cenário de perto. Embora o espaço para corte de juros seja limitado, a autoridade monetária sinalizou disposição para agir de forma gradual, dependendo da evolução dos indicadores.

Empresários e representantes do setor produtivo defendem um pacto nacional por produtividade. Para eles, só com reformas profundas e estabilidade regulatória será possível sustentar o crescimento acima de 2% ao ano.

Caminhos possíveis para reverter a tendência

Especialistas avaliam que o país ainda pode reverter o quadro de estagnação. Para isso, seria necessário combinar estímulos ao investimento com uma agenda de reformas estruturais e maior previsibilidade fiscal.

O crescimento do PIB acima de 3% ao ano dependeria de uma guinada nas políticas de incentivo à indústria, educação e infraestrutura. Essas áreas são apontadas como vetores-chave para um salto de desenvolvimento sustentável.

Outro caminho possível seria ampliar as parcerias internacionais e fomentar exportações com maior valor agregado. A inserção estratégica do Brasil em cadeias globais pode abrir novas oportunidades e reduzir vulnerabilidades externas.

Por fim, a estabilidade política também é vista como elemento essencial. Um ambiente de governabilidade coesa e diálogo institucional pode acelerar decisões e atrair capital estrangeiro de longo prazo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.

Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.