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Recentemente, a Petrobras anunciou que está estudando investir em projetos de 14,5 GW de energia eólica offshore, o que gerou preocupações entre os analistas do setor. Um relatório do Citi apontou três motivos pelos quais a estatal brasileira não deveria investir nessa área.
O primeiro motivo é que o Brasil não precisa, nem hoje, nem no futuro próximo, de eólicas offshore. Embora a matriz energética brasileira possa parecer excessivamente capacitada devido à hidrologia recente, a construção de novas plantas pode demorar para começar e o país pode não ter uma percepção de excesso de capacidade tão grande quanto hoje. Além disso, existem outras fontes de energia renovável muito mais baratas para serem construídas no país, incluindo as eólicas onshore e a energia solar, que são previsíveis e podem ser o foco da transição energética.
O segundo motivo é que as eólicas offshore podem demandar vastos subsídios para serem viáveis e o país não deveria pagar por isso. A construção de eólicas offshore é muito mais cara do que a das eólicas onshore e exige uma capacidade de transmissão muito cara. Isso pode levar à criação de novos programas de subsídios, como o Proinfra, o que seria injusto com os consumidores de energia e com o tesouro nacional.
O terceiro motivo é que existem formas muito mais baratas de fazer a transição energética, incluindo a compra de companhias de renováveis. Se a Petrobras está interessada em se tornar “verde” e atingir uma capacidade de geração específica, por que não comprar plataformas de renováveis, como muitas grandes empresas de petróleo já fizeram? A Omega, por exemplo, negocia muito perto de seu custo de reposição de eólicas onshore, o que é muito mais barato e menos arriscado do que investir em eólicas offshore.
Em resumo, a decisão da Petrobras de estudar a possibilidade de investir em energia eólica offshore parece ser uma má alocação de capital, já que o Brasil não precisa dessa fonte de energia renovável, há formas mais baratas de fazer a transição energética e os subsídios para tornar essa fonte viável seriam injustos com os consumidores de energia e com o tesouro nacional.
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