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A Americanas, que está em Recuperação Judicial, enfrentou mais um obstáculo em sua busca por soluções para equacionar suas dívidas. O Bradesco obteve uma vitória na Justiça que dificulta a venda de patrimônio por membros do Conselho Fiscal da empresa. Embora a decisão não impeça a venda dos imóveis, ela torna pública a existência de um protesto contra a alienação dos bens desses conselheiros. O juiz responsável pela decisão destacou que a não concessão da medida poderia acarretar grave dano ao exercício dos direitos do Bradesco, especialmente no tocante à eventual cobrança do valor em questão.
Enquanto isso, a Americanas informou que realizou reuniões com seus credores financeiros nos dias 6 e 7 de março em busca de um acordo que possa equacionar suas dívidas. A empresa apresentou uma nova proposta, com estrutura similar à anterior, mas com um suporte dos acionistas de referência para um aumento de capital em dinheiro no valor de R$ 10 bilhões de reais (considerando o financiamento DIP já aportado). No entanto, até o momento, não houve acordo com relação à proposta apresentada. A companhia espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentável que permita a continuidade de suas atividades.
O caso Americanas
A situação da Americanas se tornou extremamente crítica na bolsa de valores brasileira após a revelação de um rombo contábil referente a problemas com a operação de risco sacado da companhia. O rombo de caixa avaliado em R$ 40 bilhões parece irrecuperável para o mercado, e a varejista já abriu na justiça seu pedido de recuperação judicial para proteger sua operação enquanto tenta conter os danos da fúria do mercado.
No entanto, para a Verde Asset, o problema contábil não seria uma irresponsabilidade da empresa, e sim um grande fraude que já era bem conhecida nos corredores da varejista.
Com R$ 32 bilhões sob gestão, a Verde Asset Management, gestora de Luis Stuhlberger, dedicou um bom espaço do seu relatório sobre o mês de janeiro ao tema Americanas. E foi direto ao ponto, sem meias palavras.
“Temos a maior fraude da história corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”.
Afirma, no texto, a gestora, que diz ter tido um prejuízo de 14 pontos-base com a posição em debêntures que detinha na operação.
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No documento, a Verde ressalta que “beira o inacreditável” que, somente 23 dias após o estouro do escândalo, alguns executivos tenham sido afastados. Sobram críticas também para Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, os nomes à frente do 3G, controladores da operação.
“Os três controladores da companhia, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação / legado, têm ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira”.
Diz outro trecho do texto.
A gestora destaca ainda que a recuperação judicial da varejista será um processo longo e ruidoso, no qual os únicos ganhadores serão os “inúmeros advogados envolvidos”. “Quanto mais tempo levar, menor a chance de alguma recuperação relevante para a companhia (e seus funcionários, fornecedores, credores e acionistas)”, observa.
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