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Empréstimo com o Auxílio Brasil pode comprometer a alimentação das famílias

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O Auxílio Brasil é um benefício do governo destinado às famílias que vivem em situação de pobreza, ou seja, com renda per capita entre R$ 105 e R$ 210. O recurso de R$ 600,00 tem o objetivo de ajudar na alimentação básica dos assistidos que enfrentam dificuldades financeiras. Uma lei sancionada no início de agosto abriu a possibilidade para que esses beneficiários também pudessem ter acesso a empréstimos consignados concedido pelos bancos. Para o professor de ciências econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Rubens Moura, essa liberação exige um estudo e análise dos impactos sobre o público que recebe o subsídio.

“O consignado é incerto, porque, de acordo com a lei, esse desconto não pode ultrapassar os 30% da renda bruta. Então, se uma pessoa recebe R$ 600 ela teria uma linha de crédito entorno de R$ 180 sem contar os juros. O Auxílio Brasil é destinado para o uso com alimentação, auxiliar no transporte público no caso das pessoas que realizam algum tipo de tratamento médico, entre outras necessidades. É delicado estabelecer uma margem para esse público que é vulnerável”, explica Moura.

Segundo o professor, a concessão de empréstimo pode ser considerada arriscada devido ao alto valor na cobrança de taxas e o limite de crédito ser baixo. Estas incertezas contribuem para que os bancos e os beneficiários avaliem as consequências de adotar a liberação do consignado.

“A probabilidade de não ocorrer o pagamento das parcelas do crediário é elevada, porque as famílias precisam se alimentar. Se não houver um gerenciamento correto das despesas e receitas, o que podemos chamar de letramento financeiro, teremos mais pessoas endividadas e com graves problemas de sobrevivência a curto prazo”, esclarece Moura.

O professor também destacou algumas medidas para que os favorecidos sejam impulsionados a buscar novas fontes de renda, que possam melhorar a qualidade de vida do público assistido. Ele acredita que pode ser um caminho mais benéfico do que os vínculos com empréstimos.

“É possível que o governo ou até mesmo a iniciativa privada ofertem treinamentos e cursos para aqueles que não desempenham uma atividade remunerada, com o objetivo de proporcionar o acesso ao mercado de trabalho e o bem-estar das famílias. É importante orientar, estimular o empreendedorismo e a independência de pais e mães que, futuramente, ajudarão os filhos na educação e na vida profissional”, conclui.

Por Rubens Moura, professor de ciências econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio está disponível para entrevista.

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