
- Banco prevê preço de US$ 55 por barril e alerta que um acordo entre EUA e Irã pode derrubar o petróleo para US$ 50
- S&P reafirma notas de crédito da petroleira e destaca liquidez sólida e potencial de elevação de rating
- Citi e JPM elevam preço-alvo para até R$ 60, com recomendação de compra e expectativa de valorização acima de 35%
O mercado global de petróleo recebeu um alerta poderoso nesta quinta-feira (8): o Citi Research revisou para baixo sua projeção para o preço do Brent no curto prazo, reduzindo a expectativa de US$ 60 para apenas US$ 55 por barril nos próximos três meses.
E a situação pode piorar ainda mais. Segundo o banco, um possível acordo entre Estados Unidos e Irã pode derrubar o preço do barril para até US$ 50, acentuando os riscos de desvalorização para os exportadores e produtores de petróleo ao redor do mundo.
Na visão dos analistas do Citi, as negociações nucleares entre Washington e Teerã podem gerar um afrouxamento das sanções impostas ao Irã, liberando volumes adicionais de petróleo para o mercado global. Esse aumento na oferta pressionaria os preços de maneira agressiva.
“Um acordo entre os EUA e o Irã e a flexibilização das sanções poderiam fazer com que o Brent caísse para US$ 50; sem acordo, e até mesmo com uma ação escalonada para conter o programa nuclear iraniano, os preços poderiam voltar para mais de US$ 70”, afirmou o relatório.
Petróleo e gás
Esse cenário global afeta diretamente empresas do setor de petróleo e gás, mas, no Brasil, a petroleira Prio (ex-PetroRio) tem nadado contra a maré. Mesmo diante da instabilidade do mercado internacional, a S&P Global reafirmou o rating da companhia com perspectiva positiva, mantendo as notas “BB-” global e “brAA+” nacional.
O impulso veio da aquisição de 60% do Campo de Peregrino, negócio que fortalece a posição estratégica da empresa e amplia seu portfólio de produção.
Segundo a S&P, a Prio deve manter sua alavancagem abaixo de duas vezes mesmo após a transação, o que reforça sua posição de liquidez confortável e o potencial de crescimento sustentável.
A agência destaca ainda que há possibilidade de elevação da nota de crédito nos próximos 12 meses, caso os avanços operacionais e financeiros se concretizem.
Além disso, o J.P. Morgan e o próprio Citi mantiveram recomendações de compra para as ações da Prio, com elevação nos preços-alvo. O JPM ajustou sua projeção de R$ 48 para R$ 50, enquanto o Citi foi ainda mais otimista, subindo para R$ 60. Isso representa um potencial de valorização superior a 35%, atraindo o olhar atento de investidores institucionais.
Estratégia operacional
Os analistas do JPM destacaram a consistência da estratégia operacional da empresa e a expectativa de crescimento da produção como fundamentos sólidos que justificam o otimismo.
A análise utilizou uma taxa de desconto média de 14,9%, em reais nominais, e considerou as reservas provadas (1P) da companhia. Assim, com o Valor Presente Líquido (VPL) já descontado da provisão de abandono.
Com essa combinação de fatores, a Prio se consolida como uma das favoritas entre as petroleiras listadas na B3 para 2025. A empresa demonstra resiliência e potencial de valorização mesmo em meio ao cenário global volátil para o petróleo. Contudo, o que reforça a confiança do mercado na solidez da companhia.