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Após um dos meses mais turbulentos dos últimos anos, os investidores começam a vislumbrar uma estratégia de câmbio que se beneficia de rendimentos atraentes em países emergentes e de baixa volatilidade. Chamada de carry trades em emergentes, a estratégia consiste em se financiar com moedas de baixo retorno no mundo rico para comprar aquelas de mercados que oferecem rendimentos mais altos, o que acarreta a sua valorização. Sinais de que a economia dos Estados Unidos está desacelerando e de que as taxas de juros globais estão perto do pico preparam terreno para os investidores retomarem essa estratégia. Isso poderia fortalecer moedas de países como o Brasil, em que a taxa de câmbio voltou a se aproximar da barreira psicológica de R$ 5,00 nos últimos dias.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que economias em desenvolvimento, particularmente na Ásia, serão um destaque positivo mesmo com a desaceleração dos EUA. Um indicador da Bloomberg que acompanha o empréstimo de dólares e fundos alocados em uma cesta de moedas emergentes mostra um retorno de quase 5% este ano, uma retomada após três anos de perdas para o nível mais alto desde 2021.

Os retornos saltaram à frente de um índice de mercados desenvolvidos no mês passado, já que os temores de uma crise bancária – iniciada nos EUA – reforçaram as apostas de que o Federal Reserve está próximo do fim de seu ciclo de aperto monetário.

Várias moedas de mercados emergentes são alvos particularmente atraentes para operações de carry trade, pois seus bancos centrais elevaram os juros para combater a inflação antes de países desenvolvidos. As taxas básicas no Brasil, México, Colômbia e Chile estão todas em 7% ou mais, confortavelmente acima das expectativas atuais de pico próximo a 5% dos juros do Fed, com base nos swaps indexados overnight dos EUA.

Mercados emergentes devem manter sua vantagem no campo das taxas de juros em relação aos EUA se o cenário para o crescimento econômico for levado em conta. O PIB americano tende a registrar desaceleração para 1,4% este ano e depois para 1% em 2024, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional publicadas em janeiro. Em comparação, o crescimento nos mercados emergentes deve se acelerar para 4% em 2023 e 4,2% no próximo ano, mostram os números do FMI. A expectativa é a de que o Fundo divulgue previsões atualizadas esta semana em meio a sinais de que a economia global começa a esfriar.

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Com a percepção de que o rápido aperto da política monetária pelos principais bancos centrais do mundo desenvolvido parece estar quase no fim em meio às preocupações com o crescimento, o interesse em carry trades está de volta. Os principais alvos para carry trades de mercados emergentes parecem ser o real e o peso mexicano, já que serão apoiados por bancos centrais proativos e taxas de juros


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