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Perdeu, Playboy: MercadoLivre está roubando o lugar das Americanas

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No dia seguinte à divulgação do balanço do Mercado Livre, vários bancos destacaram os resultados acima das estimativas e os sinais animadores para 2023. Entre eles, o Bank of America, que ampliou as perspectivas sobre a companhia, destacando os ganhos que a empresa pode capturar com as mudanças no cenário competitivo após o caso Americanas. Os analistas do banco perceberam os primeiros sinais de melhoria do market share do Mercado Livre na tentativa de ocupar o vácuo criado pela recuperação judicial da Americanas.

Segundo o relatório, a participação do Mercado Livre no tráfego do segmento subiu para 24,3%, atrás apenas da Shopee, com 24,5%. Enquanto isso, a fatia da Americanas caiu 56%, para 5,4%. O Mercado Livre superou mais de 2 milhões de downloads no mês de janeiro no mercado brasileiro, e os analistas acreditam que essa disrupção pode adicionar de 15 a 20 pontos percentuais ao crescimento do GMV no mercado brasileiro.

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Os analistas também destacaram a expectativa de que as melhorias nas plataformas de serviços e de publicidade sigam elevando a receita do Mercado Livre nessas áreas. A partir desse contexto, o BofA ampliou as projeções de lucro por ação do Mercado Livre para 2023 e 2024. O banco reiterou a recomendação de compra para o papel e o preço-alvo da ação em US$ 1.400, um upside de 23,2% sobre a cotação da quinta-feira, 23 de fevereiro.

O caso Americanas 

A situação da Americanas se tornou extremamente crítica na bolsa de valores brasileira após a revelação de um rombo contábil referente a problemas com a operação de risco sacado da companhia. O rombo de caixa avaliado em R$ 40 bilhões parece irrecuperável para o mercado, e a varejista já abriu na justiça seu pedido de recuperação judicial para proteger sua operação enquanto tenta conter os danos da fúria do mercado. 

No entanto, para a Verde Asset, o problema contábil não seria uma irresponsabilidade da empresa, e sim um grande fraude que já era bem conhecida nos corredores da varejista. 

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Com R$ 32 bilhões sob gestão, a Verde Asset Management, gestora de Luis Stuhlberger, dedicou um bom espaço do seu relatório sobre o mês de janeiro ao tema Americanas. E foi direto ao ponto, sem meias palavras. 

“Temos a maior fraude da história corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”. 

Afirma, no texto, a gestora, que diz ter tido um prejuízo de 14 pontos-base com a posição em debêntures que detinha na operação. 

No documento, a Verde ressalta que “beira o inacreditável” que, somente 23 dias após o estouro do escândalo, alguns executivos tenham sido afastados. Sobram críticas também para Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, os nomes à frente do 3G, controladores da operação. 

“Os três controladores da companhia, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação / legado, têm ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira”. 

Diz outro trecho do texto. 

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A gestora destaca ainda que a recuperação judicial da varejista será um processo longo e ruidoso, no qual os únicos ganhadores serão os “inúmeros advogados envolvidos”. “Quanto mais tempo levar, menor a chance de alguma recuperação relevante para a companhia (e seus funcionários, fornecedores, credores e acionistas)”, observa. 


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