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Mercado financeiro: o que esperar para os juros nos EUA e Brasil?

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Nesta quarta (22), acontece a Super Quarta com decisões importantes a serem definidas sobre juros pelo FED (Federal Reserve), nos EUA, e Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), no Brasil. Enquanto isso, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou nesta segunda-feira (20) que irá se reunir nos próximos dias com a cúpula do Legislativo e com economistas não ligados ao mercado para apresentar a proposta do novo arcabouço fiscal. Segundo o ministro, o arcabouço deve ser divulgado por Lula antes da viagem do presidente à China, marcada para sábado.

Para Daniel Biolo, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, mesmo o avanço do arcabouço fiscal não deve representar uma mudança para as próximas decisões do Copom. “A maioria das medidas sugere pouca efetividade no controle dos gastos públicos. É possível que este pacote ajude a conter parte do déficit público, sendo assim combatendo pouco a questão fiscal e sem redução da inflação (hoje bem acima da meta), o que abre pouco espaço para o BC baixar os juros apenas em função do arcabouço fiscal”, afirma Biolo.

O especialista também acredita que o Banco Central deve se manter cauteloso em manifestar qualquer previsão na redução da taxa de juros, muito em função do cenário inflacionário doméstico, juros globais e também pela incerteza no mercado de crédito brasileiro: “Levando em consideração os fundamentos, não vemos espaço para taxa cair ainda este ano”.

Já Lucas Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, acredita que é possível que o Banco Central deixe claro no comunicado alguma sinalização sobre a queda na taxa de juros caso o arcabouço fiscal se mostre fiscalmente responsável: “Caso contrário, não tem como esperarmos que a taxa SELIC cairá no curto prazo”. 

Para Caumont, dependendo das medidas do arcabouço fiscal, o mercado pode se estressar, e por consequência, a curva de juros voltar a abrir. “Lula não poupa esforços para atacar o teto de gastos, e culpa o teto pela falta de investimento público no país. Então, se forem apresentadas medidas possibilitando gastos excessivos, e de certa forma uma irresponsabilidade fiscal, ainda poderemos ver a taxa de juros se mantendo por mais tempo no mesmo patamar. Agora, se forem apresentadas medidas de controles de gastos e preocupação com a política fiscal, o risco de descontrole da inflação diminui muito possibilitando uma queda na taxa Selic de forma saudável”, comenta.

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A pressão do governo para uma dimunição de juros é grande, segundo Apolo Duarte, planejador financeiro e sócio da AVG Capital. Mas, de acordo com ele, não haverá uma queda de juros nessa próxima reunião. “Por outro lado, podemos ter uma sinalização de início de queda para as próximas reuniões. O mercado não espera por queda de juros agora em março, mas existe expectativa em relação ao comunicado sobre uma possível queda de juros mais para frente. É possível que possamos ver essa queda no terceiro trimestre, por volta de setembro. O comunicado pode deixar alguma pista para o investidor sobre se vai ter algum sinal de queda de juros para frente. Essa chacoalhada que tivemos nesses últimos dias com quebra de bancos pode também influenciar no tom do comunicado“, diz Duarte.

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Carlos Hotz, sócio-fundador da A7 Capital, não acredita em uma queda de juros pelo Copom nesta próxima reunião, mas diz que, em comunicado, o comitê poderá já indicar alguma diminuição mais à frente na taxa: “As decisões tomadas pelo FED impactam nos bancos centrais de todo o mundo. Então, se a gente tem o FED sinalizando um aumento de juros menor do que o mercado esperava, temos outros bancos centrais trabalhando com um spread, um diferencial de taxa de forma mais atrativa. Isso também pode significar uma proximidade de boa intenção entre economia e Campos Neto. Com isso, a gente pode ter Copom não reduzindo juros, mas já trazendo a pauta de eventual redução para próximas reuniões. Com isso, a taxa de juros negociada no mercado vai trabalhar sempre com um nível menor”.

Diante disso, os ativos prefixados são uma opção de investimento vantajosa nesse contexto, segundo Hotz. “Travar a taxa em um momento em que a Selic está muito elevada e vendo já um movimento de inversão de ciclo pode ajudar o investidor a ter a rentabilidade de taxas altas por um período maior, mesmo que aconteça uma redução de juros nos próximos meses”, comenta.

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Bruno Piacentini, economista e professor da Eu me banco, acredita que os títulos pós-fixados são boas opções para o investidor, que muitas vezes, só olha para esse título como reserva de emergência por conta de sua liquidez e baixo risco de mercado: “Os títulos atrelados a taxa CDI não possuem o mesmo risco de marcação a mercado que os títulos prefixados e, com os juros altos, são uma ótima opção de rentabilidade“.

Por outro lado, Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, é um bom momento para começar a comprar ativos prefixados aos poucos. “Minha sugestão é ir devagar e comprar aos poucos. Se esperar Selic cair, pode perder taxas altas, pois o mercado já terá precificado a queda de juros. Outra saída é comprar LCIs e LCAs que pagam de 95 a 100% por um ano. São ótimos porque não têm desconto de imposto de renda. Agora, abaixo de 95%, é furada”, comenta.

Cenário americano e decisão do FED

Com esse cenário, mesmo com dados ruins em relação à inflação e abertura de vagas nos EUA, grande parte do mercado mudou a projeção de alta de juros pelo FED para a manutenção da taxa atual. Para Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed, o cenário atual, de fato, mudou para a manutenção da taxa.

“Na minha opinião, o FED não vai baixar os juros agora, mas todos esses acontecimentos funcionaram como pressão. Provavelmente, eles viriam com alta de 0,25%, mas agora acredito que podem vir a não aumentar nada. Eles podem dizer que precisam verificar melhor a situação dos bancos porque cada alta que o FED dá, os títulos passam a valer cada vez menos. Então, é possível que os membros esperem e não subam dessa vez, mas voltem a subir nas próximas reuniões. Com certeza, esse episódio já está impactando na decisão do FED”, explica.

Alex Kim, sócio da A7 Capital, acredita que a rápida intervenção do FED na tentativa de mitigar os efeitos da quebra do SVB e do Signature e proteger a economia americana deu um alívio no sentido de conter uma eventual contaminação do sistema, o que provavelmente virá junto com uma mudança na política de juros do FED. “A tendência é que, para suavizar a possibilidade de novos casos, o FED adote uma postura mais dovish (menos agressiva no aumento de juros) para as próximas reuniões“, diz Kim.

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Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, os EUA, o Brasil e o mundo, durante os últimos meses, suportaram juros altos e induziram à falta de crédito como forma de não oxigenar a economia e, assim, controlar a inflação: “Só que esse movimento tem um preço e prazo para acabar e ele começa a cobrar esse ajuste via bancos pequenos, médios e empresas altamente endividadas, que não devem aguentar por muito tempo esse patamar de juros. E como vítima, podemos ter o consumidor “fugindo” da alta de preços, mas quase que como um beco sem saída, vendo o mundo entrar em recessão”.

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, o FED deveria optar por fazer novas altas de juros como tem realizado em virtude das altas nos indicadores inflacionários e de empregos. “Porém, por conta da quebra de bancos, o FED não deve subir juros no curto prazo muito mais pelo efeito psicológico do que por qualquer outro motivo. Ou seja, muito mais para todos verem que realmente o Fed está ajudando esses bancos para que não haja novas quebras ou piora da situação atual”, diz.

Cohen ressalta que a quebra de bancos recente chega muito mal aos olhos do investidor, o que faz com que o mercado fique avesso a riscos maiores: “Quando o mercado está com medo, vende as posições. Então, as bolsas tendem a cair. Por isso, a importância de o investidor montar uma carteira diversificada e que esteja imune a esse tipo de adversidade. Uma carteira, em que independente do que aconteça, pode até perder para um lado ou desvalorizar em parte o patrimônio, mas, pode ganhar de outras formas. Então, o ideal é diversificar de acordo com o seu perfil de investidor, seu perfil de risco, de acordo com a sua sensibilidade ao risco, e conhecimentos, além do prazo com que precisa sacar o dinheiro para não ter que sacar antes da hora certa e acabar tendo prejuízo”, diz.


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