- Trabalhadores de SC paralisam atividades e denunciam falhas graves na gestão da estatal
- Sindicato afirma que há inadimplência com fornecedores e falhas no repasse do plano de saúde
- Categoria confirma presença na Marcha das Centrais Sindicais por justiça fiscal e direitos trabalhistas
Os trabalhadores dos Correios em Santa Catarina decidiram iniciar uma paralisação imediata após aprovarem por unanimidade, em assembleia realizada na terça-feira (29), o estado de greve.
A reunião aconteceu na sede do Sintect-SC (Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina), localizada em São José, na região da Grande Florianópolis. A categoria exige respostas da estatal para uma série de problemas administrativos, financeiros e trabalhistas. Que, segundo o sindicato, comprometem a qualidade do serviço e a dignidade dos funcionários.
A decisão foi publicada no site oficial da entidade, acompanhada de um comunicado direto: os trabalhadores não aceitam mais a escalada de desrespeitos acumulados nos últimos meses.
A pauta de reivindicações inclui o fim da escala 6 x 1, considerada exaustiva e desumana. Isto, além da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma proposta que já ganhou apoio de outras categorias e movimentos sindicais em todo o país.
Situação financeira
Além dessas exigências centrais, o Sintect-SC denuncia uma situação financeira grave na estatal. Segundo relatos apresentados na assembleia, a direção dos Correios estaria inadimplente com fornecedores. Contudo, uma situação que gera riscos operacionais em diversas unidades.
“Essa denúncia foi recorrente em todas as assembleias realizadas nos últimos dias. Os trabalhadores estão cansados de promessas e querem garantias”, declarou a diretoria do sindicato.
Outro ponto crítico envolve o plano de saúde dos trabalhadores. O sindicato afirma que, mesmo com os descontos sendo realizados diretamente nos contracheques, os valores não estão sendo repassados corretamente aos credenciados. Isso tem gerado o cancelamento de atendimentos e constrangimentos para os servidores, que se veem desassistidos em momentos de necessidade.
A categoria, portanto, também aprovou adesão à Marcha das Centrais Sindicais, marcada para os próximos dias. Cujo foco está na defesa de direitos sociais, justiça fiscal e melhores condições de trabalho.
Os representantes do Sintect-SC destacam que a mobilização não é apenas uma pauta corporativa, mas uma reação necessária contra o desmonte do serviço público. Especialmente, em um setor estratégico como os Correios.
Mais problemas
Outro problema relatado com frequência nas assembleias é o atraso no pagamento dos aluguéis dos imóveis utilizados pela empresa. Dessa forma, o que afeta agências e centros operacionais. Segundo os dirigentes, isso revela um descaso da gestão da estatal com os compromissos básicos da operação.
Apesar da paralisação ter começado regionalmente, em Santa Catarina, o movimento pode ganhar força nacional nas próximas semanas. Outros sindicatos da categoria já observam, no entanto, a mobilização do Sintect-SC como um exemplo a ser seguido, especialmente em estados onde os mesmos problemas se repetem.
A greve dos trabalhadores dos Correios, portanto, escancara não apenas um conflito trabalhista, mas uma crise administrativa profunda. A qual ameaça , portanto, o funcionamento de um serviço público essencial para milhões de brasileiros.