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A volta dos Batista: Lula visita fábrica da JBS

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  • Presidente Lula visita fábrica da JBS em Campo Grande, MS, como parte da estratégia para conquistar apoio no setor do agronegócio.
  • Lula testemunha a finalização do primeiro lote de carne destinado à China, enfatizando a importância das exportações para o mercado chinês.
  • Acompanham o presidente os ministros da Agricultura e do Planejamento, além do governador de Mato Grosso do Sul, destacando a cooperação entre os governos federal e estadual.
  • A visita é guiada pelos empresários Wesley e Joesley Batista, antigos proprietários da J&F, controladora da JBS, sugerindo uma reconciliação entre empresa e governo.
  • Em um estado tradicionalmente alinhado ao bolsonarismo, a presença de Lula demonstra uma tentativa de reconquistar eleitores e ampliar sua base de apoio, especialmente entre os produtores rurais e empresários do agronegócio.

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza uma visita estratégica à fábrica da JBS em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, como parte de sua estratégia para consolidar apoio no setor crucial do agronegócio. Esta é a primeira vez que Lula visita o estado desde o início de seu terceiro mandato presidencial.

Lula está presente para testemunhar a finalização do primeiro lote de carne destinado à China, destacando o impulso das exportações brasileiras, especialmente para um mercado tão significativo como o chinês.

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Acompanhando o presidente estão os ministros Carlos Fávaro, da Agricultura, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, bem como o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB). A presença dessas figuras políticas ressalta a cooperação entre os governos federal e estadual para impulsionar o desenvolvimento econômico regional por meio do agronegócio.

A visita é guiada pelos empresários Wesley e Joesley Batista, antigos proprietários da J&F, controladora da JBS. Embora tenham se afastado da gestão cotidiana da empresa desde 2017, devido à delação premiada na Operação Lava Jato, sua participação indica uma reconciliação entre a empresa e o governo.

O contexto político do Mato Grosso do Sul, tradicionalmente alinhado ao bolsonarismo, torna esta visita ainda mais estratégica. Nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro obteve uma vitória expressiva no estado. Portanto, a presença de Lula na região demonstra uma tentativa de reconquistar eleitores e ampliar sua base de apoio, especialmente entre os produtores rurais e empresários do agronegócio.

Ban the Batistas

Na reportagem publicada no início de março de 2024 pelo Financial Times, detalhava-se a oposição crescente à intenção da JBS de se listar na Bolsa de Nova York (NYSE). Entretanto, existiam empecilhos travando o desejo da maior produtora de proteína animal em comercializar seus papéis no mercado mais concorrido do mundo, algo que a multinacional vinha tentando há mais de uma década.

Enquanto os irmãos Batista estavam em processo de renegociação do acordo de leniência firmado no Brasil, a holding enfrentava oposição de movimentos internacionais como o “Ban the Batistas” – Banimento aos Batistas em tradução livre – que tentavam impedir a JBS de conseguir acesso ao mercado de capitais americano, segundo informações publicadas no Estadão.

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O movimento que reunia parlamentares americanos e do Reino Unido, onde a JBS atuava através da marca Pilgrim’s Pride Corporation, fazia referência aos irmãos Joesley e Wesley Batista. O movimento fora lançado nos Estados Unidos no ano anterior com a finalidade de bloquear o plano da JBS de se listar na NYSE.

Informações de O Estado de São Paulo davam conta de que financiadores haviam contratado um escritório de lobby em Washington para atuar contra a empresa brasileira. Sem contar nos 15 senadores americanos signatários de um documento, datado em janeiro deste ano, enviado ao presidente da SEC (Securities and Exchange Commission), Gary Gansler. A carta dizia que a aprovação da proposta de listagem da JBS sujeitaria os investidores dos EUA ao risco de uma empresa com um histórico de corrupção flagrante e sistêmica.

Processo de renegociação do acordo de leniência

  • A JBS optou por não participar da renegociação dos acordos de leniência com a Controladoria Geral da União (CGU), determinada pelo ministro do STF André Mendonça no final do mês passado, com prazo de 60 dias.
  • Embora tenha tentado discutir o assunto com a CGU, a empresa não foi convidada para a reunião realizada em 12 de março. Isso ocorreu porque o acordo da controladora J&F, responsável pela JBS, foi fechado com o Ministério Público Federal (MPF) e não com a CGU, ao contrário de outras empresas envolvidas na Operação Lava Jato, que estiveram presentes na audiência com o ministro Mendonça.
  • Analistas indicam que a multinacional provavelmente terá que esperar até o final da fila da CGU se quiser renegociar com o órgão. Isso implicaria começar um novo processo de negociação do zero, o qual normalmente leva cerca de um ano.
  • Em dezembro do ano passado, o Ministro Dias Toffoli suspendeu um acordo de R$10,3 bilhões firmado entre a holding e o MPF como parte da Operação Greenflies, que identificou fraudes nos fundos de pensão. Com essa decisão, o desconto de R$6,8 bilhões à empresa, estipulado pela Corregedoria Nacional do Ministério Público, foi mantido em vigor.
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