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Banco Central decide diminuir a taxa Selic em meio ponto percentual

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (20), reduzir a taxa Selic de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. A decisão foi unânime. Todos os diretores votaram pela redução.

VEJA ANÁLISES SOBRE O COMUNICADO DIVULGADO NESTA QUARTA:

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores

Na minha leitura, o comunicado foi bem hawkish e já deixa bem claro a contratação de mais duas quedas de 0,50 p.p, ou seja, elimina totalmente a possibilidade que o mercado vinha precificando de uma possível aceleração da queda nesse ano ainda. O mercado vinha trabalhando com a possibilidade de queda de 0,75 p.p na última reunião, o que não aconteceu.

Então esse comunicado elimina essa possibilidade de qualquer queda de 0,75 p.p. Ele ressalta ainda que há muita incerteza com relação ao mercado externo, preocupação com relação a resiliência da atividade aqui no Brasil que pode gerar pressões inflacionárias. O comunicado ressalta ainda que tem que é necessário ter serenidade e moderação com relação ao processo de flexibilização monetária, ou seja, indicando que o comitê vai ser cauteloso com relação a esse ritmo de corte da taxa de juros.

Então muito provavelmente a gente vai ver aí uma reprecificação dos vértices mais curtos amanhã, dado que o mercado acreditava numa possível aceleração, então o Banco Central praticamente elimina essa possibilidade.

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Um outro ponto aqui no comunicado que chama a atenção é que eles ressaltam a preocupação com o fiscal, coisa que não tinha sido feita no comunicado anterior. Esse é um outro ponto importante. Eles chamam atenção justamente para essa questão do fiscal e como que isso pode impactar na ancoragem das expectativas inflacionárias, então na minha visão de maneira geral foi um comunicado bem duro com relação à inflação, com relação ao fiscal, com relação à atividade e ao cenário externo incerto e isso com certeza vai direcionar os mercados amanhã para uma nova reprecificação dos ativos dado que a curva de juros tende a precificar uma intensidade menor dos cortes da Selic daqui para frente. Então a minha leitura foi essa, o Banco Central bem duro e aí na semana que vem a gente aguarda a ata com informações mais detalhadas sobre a decisão de hoje.

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Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira

A decisão foi unânime em cortar 50 pontos base. Política se mantém contracionista, então as próximas quedas, caso as expectativas sejam realizadas em relação a queda de inflação ou manutenção e queda da atividade econômica, a gente terá uma manutenção dessas quedas em 0,5 p.p. Na minha opinião, eles foram bem enfáticos em dizer que não haverá a princípio uma queda maior como era esperado, em 0,75%.

Tudo vai depender do que vai acontecer daqui para frente em relação a inflação. Mas acredito que o maior receio fica muito mais até o final desse ano porque o cenário externo está muito mais incerto em relação a inflação lá fora que ainda não foi controlada, principalmente nos Estados Unidos, com um FOMC mais hawkish, mesmo mantendo os juros inalterados. A China vem mostrando uma desaceleração também. O Copom comentou também que o Brasil pode desacelerar daqui para frente e isso deve fazer com que eles mantenham as quedas de forma similar nas próximas reuniões.

Decisão veio totalmente em linha com o esperado. Não achei que o comunicado foi duro, achei, na verdade, que o comunicado foi realista. Acredito que tendo tido unanimidade já dá uma abertura para que essa queda se mantenha nas próximas decisões. Mencionaram muito bem o boletim Focus em relação à expectativa de inflação para 2023, 2024, 2025.

Para amanhã, não vejo que a decisão do Copom possa provocar impactos fortes no Ibovespa. Pode pesar muito mais aqui o mercado lá fora com uma posição mais hawkish do Powell nos Estados Unidos do que a decisão do Copom. No Brasil, o mercado já esperava essa queda e o mercado aqui ficou em alta, descolado lá de fora. Devolveu um pouco os ganhos após o Fomc, mas fechou ainda assim em alta.

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Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital

A decisão já estava precificada pelo mercado, após a última reunião indicar “a mesma magnitude para os próximos passos”. Diante disso havia um consenso pela queda em 0,50. Não havia um motivo para acontecer uma decisão diferente disso.

Os fatores que colaboram para que tal decisão tenha sido tomada são os dados de inflação apresentados nas últimas medições.

Mas apesar desses dados favoráveis o BC está olhando de perto questões como as novas incertezas fiscais em torno da capacidade do governo entregar a meta fiscal do próximo ano e as projeções de IPCA para 2024 e 2025, que podem apresentar alta após depreciação do real, alta nas commodities e hiato do produto mais elevado, variáveis que influenciam nas projeções de inflação do BC.

INVESTIMENTOS QUE FICAM MAIS ATRATIVOS AGORA:

Renan Suehasu, planejador financeiro CFP®️ e sócio da A7 Capital

A queda da Selic naturalmente faz com que os investimentos pós-fixados tenham uma rentabilidade cada vez menor a cada corte de juros. Para o investidor de renda fixa, o ideal é que ele busque diversificar a carteira com maior parte em ativos atrelados ao IPCA (como por exemplo Tesouro IPCA ou títulos de crédito privado) ou titulos prefixados (tesouro prefixado ou CDBs prefixados) para conseguir capturar um possível movimento de queda maior do que a esperada para a Selic na marcação a mercado.

Mas vale reforçar que nunca é recomendado colocar “todos os ovos na mesma cesta”, portanto a recomendação de diversificação entre classes de ativos, indexadores e emissores é de extrema importância, respeitando sempre o perfil e o limite de risco que o investidor está disposto a correr.

Para os mais conservadores, o ideal seria pegar esses papeis com vencimentos para os quais eles consigam carregar até o vencimento, por exemplo 3 ou 4 anos (geralmente são os prazos mais procurados pelos clientes).

Pós-fixados recomendo apenas para reservas de emergência e recursos para os quais o cliente pode precisar em qualquer momento. Seria um “mal necessário”. Pode ser uma proteção para aqueles que estão mais pessimistas, acham que a Selic não vai cair tanto quanto o esperado.

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Rodrigo Cohen, planejador financeiro e co-fundador da Escola de Investimentos

Mesmo com a Selic caindo, na verdade, a Selic não está tão baixa assim. Ainda temos uma Selic com dois dígitos. E mesmo com a previsão do boletim Focus de juros em 11,75% no fim do ano, ainda assim não temos uma taxa tão baixa a ponto de valer a pena sair da renda fixa.

Então a gente tem um juro real ainda muito alto, mesmo com os juros nominais, no caso a Selic, caindo. Então, nesse caso, nesse contexto, a gente tem aí algumas alternativas.

Eu não acho que prefixado seja interessante porque a gente não sabe do futuro, o que vai acontecer no contexto mundial. As vezes o investidor compra um CDB que, naquele momento, está com uma taxa altíssima e depois, a situação macroeconômica muda, e aqueles juros sobem mais ainda tendo o investidor prejuízo caso queira se desfazer do ativo. Com isso, tem que levar até o vencimento ficando preso numa taxa que não está tão atrativa mais. Então nesse contexto, eu acho que prefixado não vale a pena. É sempre um risco muito grande.

Eu prefiro os ativos atrelados ao IPCA, em que o investidor não perde o poder de compra. Então, acho que vale a pena, é minha recomendação, ainda mais porque conta com uma taxa fixa prefixada.

Já se a gente falar sobre setores onde investir em renda variável, com esse contexto mais baixo de juros, em geral as construtoras, principalmente de baixa renda, tendem a se beneficiar. Varejo também tende a se beneficiar, assim como o setor de tecnologia. Outro setor é educação também. Mas no momento atual, eu não estou vendo nenhuma empresa de varejo tão forte a ponto de valer a pena mesmo comprar com a queda dos juros.


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