
- PIB de 2025 deve crescer 2,2%, segundo nova previsão do mercado.
- Inflação cai para 5,25% na estimativa do Boletim Focus.
- Dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,77, abaixo das projeções anteriores.
O mercado financeiro está mais otimista com os rumos da economia brasileira em 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (16), a projeção para o crescimento do PIB subiu para 2,2%, enquanto a expectativa de inflação caiu pela segunda semana seguida.
PIB sobe e expectativa melhora
De acordo com os analistas consultados pelo Banco Central, o Brasil deve apresentar desempenho levemente superior ao esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Assim, a estimativa atual passou de 2,18% para 2,20%, após duas semanas consecutivas de revisão para cima.
Além disso, esse movimento vem após a divulgação, pelo IBGE, do crescimento de 1,4% da economia no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário. Sendo assim, o resultado reforça a confiança no desempenho econômico do país, que já havia registrado expansão de 3,4% em 2024, consolidando quatro anos seguidos de crescimento.
Desse modo, para os anos seguintes, o cenário ainda é de estabilidade moderada. O Focus aponta crescimento de 1,83% para 2026 e de 2% para 2027. Portanto, embora menos expressivos, os números indicam uma tendência de continuidade no avanço econômico, o que pode favorecer investimentos e maior previsibilidade fiscal.
Inflação dá sinais de recuo
Outro ponto positivo revelado pelo boletim é a queda na projeção da inflação para o fim de 2025. A expectativa para o IPCA caiu de 5,44% para 5,25%, refletindo uma melhora nas perspectivas para o controle de preços. Há quatro semanas, a estimativa era ainda mais pessimista, em 5,5%.
Ademais, em maio, a inflação oficial ficou em 0,26%, abaixo dos 0,43% de abril e dos 0,46% registrados em maio do ano passado. No acumulado de 12 meses, o IPCA está em 5,32%. A maior pressão veio do grupo de habitação, especialmente da conta de luz, que subiu 3,62% no mês.
Para 2026 e 2027, as projeções continuam ancoradas em 4,5% e 4%, respectivamente. Essa trajetória descendente tem sido vista como uma sinalização de que o Banco Central pode estar mais próximo de atingir sua meta, mesmo com o ambiente global ainda instável.
Juros em alta e cenário incerto
Apesar da melhora nas expectativas, a Selic continua elevada, fixada em 14,75% ao ano após o sexto aumento consecutivo. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião e não indicou, até o momento, mudanças na direção do ciclo.
O BC justificou a manutenção da taxa com base nas incertezas do cenário internacional, no impacto do aumento dos alimentos e no avanço da conta de energia. A autoridade monetária afirmou que continuará cautelosa, e que a taxa pode seguir nesse patamar por mais tempo.
O mercado, no entanto, espera uma reversão a partir de 2026, com a Selic recuando para 12,5% naquele ano e chegando a 10,5% em 2027. A redução dos juros é vista como essencial para estimular o consumo e o crédito, e, consequentemente, o crescimento econômico.
Dólar deve encerrar 2025 abaixo do previsto
No câmbio, a tendência também é de ligeira melhora. O dólar, atualmente em R$ 5,51, deve fechar o ano a R$ 5,77 — abaixo dos R$ 5,80 previstos na semana passada. Essa é a terceira semana consecutiva de revisão para baixo.
Há quatro semanas, o mercado previa a moeda americana em R$ 5,82. A nova expectativa reflete, entre outros fatores, a confiança dos investidores na condução da política monetária, além da estabilidade no fluxo cambial e no comércio exterior.
Para 2026 e 2027, o Focus prevê estabilidade no dólar, com a cotação mantida em R$ 5,80. A taxa de câmbio segue sensível a fatores externos, como decisões do Federal Reserve e a guerra comercial entre grandes economias, o que pode alterar o cenário rapidamente.