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- A diretora da Petrobras expressou otimismo sobre a obtenção da licença ambiental necessária para a exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas
- O projeto de exploração gera debates intensos entre as áreas energética e ambiental do governo, refletindo a necessidade de equilibrar desenvolvimento econômico e proteção ambiental
- As autoridades veem a exploração na bacia Foz do Amazonas como uma oportunidade significativa para expandir as operações da Petrobras na região, potencialmente fortalecendo a produção nacional de petróleo
Nesta segunda-feira (23), a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, manifestou otimismo quanto à obtenção da licença ambiental para a exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, localizada na costa do Amapá.
“Estamos muito otimistas de que vamos conseguir essas licenças”, afirmou ela.
Os debates intensos entre as áreas energética e ambiental do governo veem este projeto como uma oportunidade significativa para expandir as atividades da Petrobras na região.
De acordo com Sylvia, a empresa já cumpriu todas as exigências solicitadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e aguarda uma resposta oficial. Recentemente, o Ibama solicitou a instalação de um centro de resgate de animais em Oiapoque, uma alteração que torna a operação mais próxima da área de exploração, em comparação com a proposta anterior que previa a instalação em Belém.
“A recomendação está sendo acatada”, disse a executiva.
A Petrobras espera obter a licença até outubro, de modo a aproveitar uma janela operacional para a sonda de perfuração já contratada, que atualmente está alocada em outro projeto. Sylvia, no entanto, evitou estabelecer um novo prazo exato para o início das operações. Ela mencionou que, antes de deslocar a sonda para a costa do Amapá, será necessário realizar a limpeza do casco para remover o coral-sol, uma espécie invasora que pode afetar o ecossistema local.
Obtenção da licença
Caso ocorra um atraso na obtenção da licença, a sonda poderá ser redirecionada para outro projeto, o que poderia impactar o cronograma de exploração na Foz do Amazonas. A liberação das atividades petrolíferas na chamada margem equatorial tem sido uma prioridade para a área energética do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a presidente da estatal, Magda Chambriard, defenderam a iniciativa durante a ROG.e, a maior feira do setor de petróleo do Brasil, que começou nesta segunda-feira e serve como um importante palco para promover a abertura de novas fronteiras exploratórias no país.
Durante sua palestra, Sylvia enfatizou que a Petrobras já realizou a perfuração de 16 poços na bacia da Foz do Amazonas sem registrar incidentes ambientais, reafirmando a posição da empresa em operar de maneira responsável. Ela também destacou que o bloco 59, atualmente em foco, localiza-se a quase 200 quilômetros da costa, minimizando potenciais impactos diretos nas comunidades costeiras e no meio ambiente.
“Aquela região tem uma corrente [marítima] especial. Diferentemente da costa leste [brasileira], não vai para a costa. Isso garante ainda mais confiança de que o meio ambiente não será atacado”, argumentou a executiva.
“Para o Brasil, é crucial que tenhamos novas descobertas”, afirma.
Ela reiterou que, se não houver novas descobertas de reservas, o Brasil corre o risco de se tornar um importador de petróleo novamente em 2031. A executiva enfatizou que, na ausência de licenças para expandir as fronteiras exploratórias no Brasil, a Petrobras pode redirecionar parte de seu orçamento destinado à exploração para projetos no exterior, com foco especial na costa oeste da África. Essa estratégia visa garantir a continuidade do crescimento da produção e a segurança energética do país, diante dos desafios que a indústria enfrenta internamente.
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