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O ano que marcou uma das piores crises no mercado de criptomoedas finalmente chegou ao fim, mas a última semana não foi parada e tivemos várias notícias sendo publicadas.
Uma pesquisa mostrou que quase 80% das transações de corretoras de criptomoedas são falsas, além disso, o CEO da Binance veio alertar sobre vazamento de chaves e pediu que usuários desativem famoso robô trading.
Mas não foi só isso, ainda durante a semana, tivemos a informação que carteiras da FTX foram movimentadas após ex-CEO ser solto, levantando suspeitas. Com isso, as Bahamas comunicaram que foram apreendidos US$ 3,5 bilhões em ativos digitais da falida exchange, para proteção.
Veja tudo isso e mais destaques da semana em nosso relatório cripto.
Índice de conteúdo
Quase 80% das transações de corretoras de criptomoedas são falsas, aponta pesquisa
Um novo estudo realizado pelo National Bureau of Economic Research (NBER) aponta que quase 80% das transações de corretoras de criptomoedas estão relacionadas ao wash trading, uma prática de manipulação de volume de ativos.
Para realizar o estudo, o NBER analisou dados de 29 exchanges de criptomoedas e descobriu que o wash trading representava mais de 70% do volume dessas plataformas.
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Além disso, os pesquisadores identificaram que exchanges de segundo nível, menos conhecidas e com menor presença de mercado, eram mais propensas a realizar esse tipo de comportamento fraudulento, com uma média de 70% do volume vinculado ao wash trading.
Já as exchanges de primeiro nível, com bases de usuários globais e presença de mercado mais longa, eram menos propensas a envolver-se nesse tipo de prática.
CEO da Binance alerta sobre vazamento de chaves e pede que usuários desativem robô da 3Commas
Changpeng Zhao, o fundador da Binance, a maior exchange de criptomoedas do mundo em volume de negociações, compartilhou um tuíte em sua conta oficial alertando os usuários da Binance sobre um bot de negociações.
Segundo ele, todos os usuários da Binance que usam o 3Commas devem desativá-lo imediatamente.
CZ chamou a atenção dos investidores e causou preocupação ao afirmar que acredita que houve um “vazamento generalizado de chaves de API” da plataforma de bots de negociação.
Ele escreveu no Twitter: “Acredito firmemente que @tier10k está correto aqui. Se você já colocou uma chave de API no 3Commas (de qualquer corretora), desative-a imediatamente.”
A 3Commas é uma das maiores plataforma de negociação automatizada de criptomoedas do mercado e confirmou que suas chaves foram vazadas.
Milhares de chaves de usuários da 3Commas foram compartilhadas e supostamente vendidas na internet.
Segundo o portal CoinDesk, o FBI está investigando a violação de dados ocorrido. Principalmente depois que usuários relataram que avisos sobre possíveis roubos na plataforma terem sido ignorados pelos responsáveis da plataforma.
Binance vê 3,2 bilhões de dólares em stablecoins saírem de sua plataforma
A renomada empresa de análise on-chain, Glassnode, relatou que bilhões de dólares em stablecoins foram retirados da Binance nos últimos 30 dias.
Segundo a Glassnode, o montante total retirado foi de 3,2 bilhões de dólares, incluindo saques de Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance USD (BUSD) e Dai (DAI).
De acordo com o gráfico da Glassnode, as saídas líquidas de criptoativos lastreados em dólar da Binance neste mês são as maiores em quase três anos. Isso significa que o valor retirado é maior do que o valor depositado. Alguns traders e investidores estão retirando seus ativos de corretoras cripto devido ao medo de que outras empresas centralizadas do mercado também estejam enfrentando problemas de solvência, como foi o caso da FTX.
Blockchain da Binance se torna o segundo maior ecossistema cripto perdendo apenas para o Ethereum
A BNB Chain, criada pela Binance, tem se tornado um dos principais destaques do mercado de criptomoedas e blockchain.
Com um valor total bloqueado (TVL) de US$ 4,05 bilhões, a BNB Chain se tornou o segundo maior ecossistema de camada 1, ficando atrás apenas do Ethereum.
De acordo com dados do The Block Research, a BNB Chain vem crescendo rapidamente e já é a blockchain que mais processa transações no mercado.
Além disso, ela é muito bem avaliada pelos desenvolvedores por conta de seu alto rendimento, baixas taxas e processamento rápido de transações, o que a torna uma alternativa econômica ao Ethereum.
Atualmente, a BNB Chain tem 484 projetos DeFi e representa cerca de 10,4% do TVL total do mercado DeFi, que é de US$ 38,93 bilhões.
Endereços que nunca enviaram apenas receberam Bitcoin chegam perto da marca de 1 milhão
Ainda de acordo com a Glassnode, o número de endereços de Bitcoin que são considerados endereços de acumulação (definidos como endereços que receberam pelo menos duas transferências de entrada e nunca gastaram fundos) está aumentando.
Além disso, o saldo de ativos nesses endereços está próximo de um recorde.
Em 25 de dezembro de 2021, havia um total de 3.099.828 BTC em endereços de acumulação, próximo do recorde histórico de 3.403.280 BTC visto em agosto de 2015.
Desde o Natal de 2021, o saldo dos endereços de acumulação aumentou cerca de 18%. Em 25 de dezembro, havia um total de 793.591 endereços de acumulação qualificados.
Vale salientar que a empresa exclui carteiras de exchange e carteiras de mineradores da contagem, pois os fundos nesses endereços podem ser perdidos permanentemente se as carteiras não forem usadas por mais de sete anos.
CEO do Mercado Bitcoin critica Binance por suposta aproximação a políticos
O CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, expressou sua crítica à aproximação da Binance, uma das maiores exchanges do mundo e concorrente da sua corretora no Brasil, com políticos no país, afirmando que esse tipo de prática é algo que ele abomina.
Rabelo afirmou que o objetivo da sua corretora é criar uma estrutura Web3 no Brasil e comparou a Binance com a FTX, uma corretora que tem ligações com muitos políticos nos Estados Unidos e que enfrentou problemas em todo o mundo.
Na última semana, a Binance anunciou a contratação de Guilherme Nazar como Diretor-Geral. Nazar é sobrinho de Fernando Haddad, que será o próximo Ministro da Fazenda no Brasil na gestão de Lula, que começa em janeiro de 2023.
Norte-coreanos são acusados de roubar R$ 6 bilhões em cripto ativos
De acordo com um relatório da Associated Press, hackers da Coreia do Norte teriam roubado cerca de R$ 6 bilhões em criptomoedas nos últimos cinco anos.
Estes ataques têm causado problemas para vários projetos no setor de criptomoedas e gerado demanda por profissionais de segurança cibernética para rastrear o dinheiro roubado. Algumas pessoas e analistas de mercado sugerem que a Coreia do Norte esteja usando esses ataques como uma forma de financiar seu programa nuclear, embora não haja provas para apoiar essa acusação.
Em abril de 2022, o governo dos EUA vinculou o Lazarus Group, um grupo de criminosos cibernéticos, ao roubo de cerca de R$ 3,1 bilhões do jogo de criptomoedas Axie Infinity. A Coreia do Norte nega qualquer envolvimento com os hackers.
Grupo hacker se prepara para novos ataques; Kaspersky alerta sobre riscos de invasões em 2023
De acordo com o laboratório de segurança cibernética Kaspersky, o grupo BlueNoroff, uma parte do grupo hacker Lazarus, patrocinado pelo governo da Coreia do Norte apresentou um aumento na atividade após uma pausa prolongada e está testando novas formas de entregar seu malware.
O BlueNoroff também criou mais de 70 domínios falsos que se passam por empresas de capital de risco e bancos. A maioria dessas falsificações se apresentou como empresas japonesas conhecidas, mas algumas também se passaram por empresas norte-americanas e vietnamitas.
De acordo com o relatório da Kaspersky, o BlueNoroff, tem experimentado novos tipos de arquivos e outras formas de entrega de malware.
Ainda de acordo com a Kaspersky, o problema com ameaças cibernéticas está piorando e o próximo ano pode ser marcado por epidemias cibernéticas de maior impacto.
Atores de ameaças norte-coreanos associados ao Lazarus Group também foram flagrados tentando roubar tokens não-fungíveis nas últimas semanas e o grupo foi responsável por explorar cerca de 600 milhões de dólares da Ronin Bridge em março.
Carteiras associadas a FTX são movimentadas pouco tempo depois que ex-CEO é solto
A FTX movimento ativos digitais de suas carteiras, o que sugere uma possível lavagem de dinheiro, de acordo com observações on-chain.
É possível que alguém com acesso aos fundos esteja tentando fugir com criptomoedas e manter o anonimato.
O primeiro relato sobre o movimento de dinheiro foi publicado na terça (27) pelo analista de pseudônimo ErgoBTC, que afirmou que os endereços de ETH da Alameda estavam “procurando nos cantos do sofá” por trocados para converter tokens ERC20 em ETH/USDT, que então eram divididos através de permutadores instantâneos.
Outro analista on-chain, ZachXBT, afirmou posteriormente que os fundos estavam sendo convertidos em bitcoin, mostrando alguns endereços com aproximadamente 11,9 BTC cada.
O principal suspeito das movimentações conforme informou o analista conhecido como “BowTiedIguana”, é o ex-CEO da empresa, Sam Bankman-Fried (SBF), que enviou US$ 684.000 para uma exchange de criptomoedas sem sistema de reconhecimento de usuários.
Além disso, ele supostamente enviou outra parte dos ativos para a rede Bitcoin por meio do Ren Protocol, uma ponte com financiamento da Alameda – empresa irmã da FTX.
Segundo o analista, SBF deve ter violado a sua condição de liberação. Afinal, ele não poderia gastar mais de US$ 1.000 sem a permissão do tribunal.
BowTiedIguana afirmou que SBF divulgou sua carteira ETH quando concordou em assumir o controle da exchange SushiSwap.
Assim ele sabe qual é a carteira usada pelo ex-CEO da FTX. Segundo ele, a carteira enviou todos os seus criptoativos restantes para um novo endereço Ethereum criado uma hora antes.
De acordo com o analista, em três horas, mais de 100 novos depósitos foram feitos nesta carteira de vários endereços, muitos deles ligados a fundos de hedge extintos da Alameda Research.
Por fim, ele ainda disse que SBF moveu cerca de 570 ETH, no valor de aproximadamente US$ 684.000, desta nova carteira para vários destinos em menos de 4 horas.
Bahamas apreendem US$ 3,5 bi em ativos digitais da FTX
A Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas (SCB) anunciou que apreendeu cerca de US$ 3,5 bilhões em ativos digitais da FTX Digital Markets, um valor equivalente a cerca de R$ 20 bilhões.
Mas afinal, o que levou a SCB a tomar essa medida? Segundo a própria Comissão, a apreensão foi necessária para evitar que a FTX, a exchange responsável pela FTX Digital Markets, pudesse desviar os fundos em benefício de algum dos acusados no caso de falência da exchange. Isso significa que, por enquanto, os ativos ficarão sob custódia da SCB, mas continuam sendo propriedade dos clientes da FTX.
É importante ressaltar que, apesar de estarem sob a responsabilidade da SCB, esses ativos não são de propriedade da Comissão. A intenção é devolver os fundos aos seus respectivos donos, mas ainda não há uma data definida para isso acontecer.
Sam Bankman-Fried tomou emprestado mais de 546 milhões de dólares da Alameda para comprar ações da Robinhood
Ainda falando sobre Bankman-Fried, ele e Gary Wang, ex-executivo da FTX, tomaram emprestados mais de 546 milhões de dólares da Alameda Research para comprar uma participação de quase 8% na Robinhood Markets, de acordo com documentos judiciais.
As transações foram realizadas no início deste ano e documentadas em notas promissórias que surgiram em uma disputa em um tribunal de falências nos EUA em Nova Jersey na terça-feira.
A participação na Robinhood, equivalente a cerca de 56 milhões de ações, está no centro de uma disputa de propriedade multijurisdicional em Antígua, Nova Jersey e Delaware.
A FTX, a falida credora de criptomoedas BlockFi e um credor individual da FTX estão tentando reivindicar as ações em processos judiciais separados.
Bankman-Fried apresentou originalmente a declaração perante a Suprema Corte do Caribe Oriental em Antígua em 12 de dezembro, o dia de sua prisão. Ele estava tentando tomar o controle da Emergent Fidelity dos liquidatários nomeados pelo tribunal na ilha.
Essa é mais uma das várias batalhas que Bankman-Fried está enfrentando, ele segue em liberdade depois de ter pago fiança.
“Eu sabia que estava errada”, diz ex-CEO da FTX que se declarou culpada
Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, e Sam Bankman-Fried teriam conspirado para roubar bilhões de dólares de clientes da exchange, de acordo com documentos liberados na última sexta-feira (23).
Em audiência realizada no dia 19 de dezembro, Ellison confessou ter participado de sete acusações criminais, segundo relatórios do Wall Street Journal e Bloomberg.
“Eu sabia que estava errada”, afirmou. Ellison também revelou ter conhecimento de que a Alameda tinha acesso a uma “linha de crédito ilimitada sem ser obrigada a prestar garantias, sem ter saldos negativos e sem estar sujeita a chamadas de margem”.
Ela admitiu que o acordo era ilegal e que a maioria dos clientes da FTX “não esperava que a FTX emprestasse seus ativos digitais e depósitos em moeda fiduciária para a Alameda dessa maneira”.
Além disso, Ellison confessou que ela e Bankman-Fried enganaram os credores e elaboraram demonstrações financeiras falsas para ocultar o valor dos empréstimos da Alameda, incluindo bilhões em empréstimos feitos a executivos da FTX.
Poder de mineração na rede Bitcoin cai devido nevascas nos EUA, mas se recupera
A taxa de hash do Bitcoin, que mede o número de hashes produzidos pelos mineradores de Bitcoin tentando resolver o próximo bloco, foi afetada pelo clima frio nos Estados Unidos.
Nos últimos dias, temperaturas arrepiantes varreram o país, deixando milhões sem energia e ceifando pelo menos 28 vidas.
Mineradores de Bitcoin no Texas, que representam uma parte significativa da taxa de hash do país, reduziram voluntariamente as operações para devolver a energia à rede, o que levou a uma queda na taxa.
Normalmente, o valor médio da taxa gira em torno de 225-300 Exahashes por segundo (EH/s), mas caiu para 170,60 EH/s em 25 de dezembro.
No entanto, em 26 de dezembro, a taxa voltou aos níveis normais, de acordo com dados da calculadora de mineração, CoinWarz.
Os Estados Unidos respondem por 37,84% da participação média mensal da taxa de hash, de acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index.
Apenas 10 endereços controlam mais de 60% da oferta total da memecoin SHIB
De acordo com dados do IntoTheBlock fornecidos pelo CoinMarketCap, 80% da oferta total de SHIB é controlada por grandes investidores conhecidos como “baleias”. Isso significa que esses grandes investidores têm domínio sobre os detentores de SHIB, o que preocupa os pequenos investidores.
Dados mais detalhados mostram que os 100 maiores detentores de SHIB são responsáveis por 81,41% da oferta de tokens, enquanto as 10 maiores baleias detêm 62,72%. Portanto, apenas 10 endereços controlam mais de 60% da oferta total de SHIB.
Esses dados indicam uma elevada concentração de SHIB nas mãos de poucos detentores, o que pode ser preocupante para os pequenos investidores.
Se essas baleias decidirem vender grandes quantidades de SHIB de uma vez, isso poderia levar a uma queda nos preços e afetar os pequenos investidores que possuem uma quantidade menor da moeda.
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